Inteligência de Mercado
Muitos são os fatores que influenciam ou interferem nos resultados de uma cooperativa. Parte deles está relacionada com questões internas, de gestão e governança, por exemplo, mas outros têm mais a ver com o ambiente externo. Por isso, é fundamental, antes de tomar qualquer decisão, analisar como anda o cenário econômico, quais são as previsões para o nosso setor e atentar-se às variações no mercado. Buscar a maior quantidade de informações possíveis, prezando pela qualidade de cada uma delas. E é isso que você encontra aqui, no ConexãoCoop: análises e dados estratégicos que vão auxiliar na construção de um olhar crítico para compreender as subjetividades, sem perder o foco na tomada de decisões.

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AnuárioCoop - dados do cooperativismo brasileiro
Após dois anos de incertezas, o mundo começa a dar os primeiros passos em direção a um novo momento. A pandemia da Covid-19, que se alastrou rapidamente e demandou respostas rápidas e adaptação de todas as organizações, parece finalmente estar controlada. A imprevisibilidade gerada pela crise sanitária fará com que o Brasil enfrente grandes desafios para crescimento nos cenários futuros. E no contexto da retomada econômica, as cooperativas possuem uma grande oportunidade: a de se tornarem protagonistas. E é movido por esse propósito que o Sistema OCB, junto de todas as cooperativas, exerce o papel de fortalecer, representar e defender o cooperativismo brasileiro, fazendo com que seja cada vez mais conhecido e respeitado por todos. E para ressaltar o impacto socioeconômico do nosso movimento, apresentamos o Anuário do Cooperativismo Brasileiro de 2022! O COOP NO MUNDO Mesmo diante de muitos obstáculos, as cooperativas, mais uma vez, superaram as expectativas e provaram, com resultados positivos, que a chave do sucesso está na colaboração e na construção conjunta. E nesse cenário, o cooperativismo de todo mundo tende a seguir em ascensão, uma vez que a crise fez com que mais pessoas se aproximassem de soluções coletivas, como as apresentadas em nosso modelo de negócio. Segundo dados da Aliança Cooperativa Internacional, em 2019: 3 milhões de cooperativas no mundo U$ 2,18 trilhões é o faturamento combinado das 300 maiores coops do planeta 280 milhões de empregos gerados representando 4% da população 1 bilhão de cooperados (12% da humanidade) O COOPERATIVISMO NO BRASIL: NOSSAS COOPERATIVAS Vivemos em um mundo altamente conectado, onde as pessoas têm cada vez mais acesso à informação e cultivam crescentemente uma cultura da participação e do compartilhamento. E é diante desse cenário que nossas cooperativas assumem, cada dia mais, o papel de protagonistas do mercado. Presente em segmentos diversos como no mercado financeiro, na agropecuária, na saúde, na educação, na geração e distribuição de energia, na mineração, no transporte e no setor habitacional e de consumo, o cooperativismo é, sem dúvida, um agente fundamental para a promoção do desenvolvimento em todos os estados brasileiros. Em 2021, contamos com 4.880 cooperativas registradas em nossa base! Atuantes nos sete ramos do cooperativismo, elas oferecem ao mercado e à população produtos e serviços de qualidade e com a marca coop. NOSSOS COOPERADOS A força do cooperativismo está nas pessoas e esse é, sem dúvida, o nosso maior diferencial. Nossos cooperados são aqueles que constroem muitas das soluções e possibilidades em todos os setores nos quais o modelo de negócios cooperativista está inserido. Também são eles que motivam a existência e o funcionamento de nossas cooperativas. Não é à toa que em 2021 nossos cooperados representavam 8% da população brasileira, totalizando 18,8 milhões de pessoas que cooperam para um mundo melhor. O número é 10% maior que no ano anterior, mais uma demonstração clara de que a chave do sucesso está na cooperação e na construção conjunta. NOSSOS EMPREGADOS As cooperativas continuaram gerando empregos e mostrando sua importância para sociedade! Em 2021, foram gerados 493.277 empregos diretos, um aumento de 8% frente ao ano anterior, evidenciando mais uma vez a capacidade que o movimento possui de gerar trabalho e renda para o país. Quer saber mais sobre esses números? Clique aqui e acesse nosso site!

Três perspectivas sobre o futuro dos negócios nas cooperativas de transporte
Em abril, o cooperativismo de transporte completou 20 anos, levando o modelo cooperativista para o coração das cadeias de logística e o transporte de passageiros. São duas décadas em que o Ramo cresceu, evoluiu e se consolidou, passando por desafios econômicos e transformações tecnológicas. O setor de transportes é cada vez mais importante para a economia brasileira. Segundo dados da Confederação Nacional do Transporte (CNT), o segmento registrou aumento de 11,4% em 2021. A transformação digital também está mudando muita coisa no setor. A revolução mais evidente é a ascensão dos aplicativos de transporte individual e coletivo, alterando a lógica das relações de consumo e trabalho no ramo. Novas tecnologias surgem a todo instante, e os veículos elétricos emergem como uma forte tendência para o futuro próximo, por exemplo. Olhando para a frente É nesse contexto que o cooperativismo de transporte se desenvolve: atuando em um setor que cresce, enfrentando desafios impostos pela pandemia e absorvendo inovações de um mundo conectado. Buscando entender quais são as principais perspectivas para o futuro das cooperativas de transporte, fomos atrás dos pontos de vista de três especialistas: David Duarte, assessor de Relações Institucionais OCB/ES. Evaldo Matos, coordenador nacional do Ramo Transporte e presidente da Confederação Nacional do Transporte Cooperativo (CNTCOOP). Fernando Lucindo, advogado especialista em direito cooperativo e digital. Panorama O Anuário do Cooperativismo de 2021, produzido pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), registrou 984 cooperativas de transporte ativas junto à entidade. Somadas as instituições somam quase 90 mil cooperados e mais de cinco mil colaboradores. O estado de Minas Gerais é o mais prolífico para as cooperativas de transporte: são 156 coops mineiras, compostas por mais de 30 mil associados e mais de 1.700 empregados. O cooperativismo de transporte também pode ser dividido por segmentos internos. O levantamento da OCB revela a seguinte distribuição de cooperativas dentro das distintas áreas: Transporte rodoviário de cargas: 42,7% Transporte coletivo de passageiros: 38,0% Transporte individual de passageiros: 14,7% Transporte náutico de cargas: 0,6% Transporte aéreo de cargas: 0,1% Um ramo em fase de crescimento O relatório Um olhar atento ao transporte evidencia que esse é um setor que cresce continuamente. Como vimos, em 2021 o segmento apresentou crescimento econômico de 11,4%, valor consideravelmente maior do que os 4,6% do PIB geral. Mesmo com o setor ganhando espaço, o Anuário do Cooperativismo referente a 2020 registrou redução no número de cooperativas, cooperados e colaboradores. Para Fernando Lucindo, esse movimento se explica pela alta segmentação do ramo, “tendo sua maior representação nas cooperativas de transportes de cargas e transporte coletivo de passageiros”: “Pude acompanhar durante esses dois anos de pandemia cooperativas que entraram em crise, principalmente por dependerem de um segmento específico dentro do ramo transporte, como as de transporte escolar. Com a suspensão das aulas e os cooperados sem renda, muitas cooperativas desse segmento não se recuperaram”, explica. Consequências David Duarte acompanha o raciocínio. Ele explica que muitas cooperativas de transporte de passageiros precisaram interromper suas operações. "Infelizmente algumas cooperativas liquidaram, assim como processos de incorporações ou fusões tiveram que ser realizados para que várias cooperativas de transporte pudessem sobreviver”, relata. “A redução do número de cooperativas, cooperados e colaboradores trazida pela OCB em seu anuário, está muito ligada ao que aconteceu com o seguimento do transporte de passageiros. Essa vertente do Ramo foi altamente impactada pelas restrições que ocorreram no final de março de 2020 devido à pandemia, e nesse cenário muitas pessoas acabaram abandonando a atividade”, completa David. A retomada Evaldo Matos argumenta, entretanto, que apesar da queda do número de cooperativas, as que seguem em operação tiveram aumento no faturamento. Isso se dá pelo aumento na profissionalização da gestão das instituições: “A OCB tem trazido muito disso, através dos estudos técnicos, de visitas e missões técnicas internacionais, das ações que têm sido feitas de aproximação das academias e instituições de ensino. O mercado é que dita o nosso negócio. O consumidor mudou o comportamento e nós precisamos mudar o das nossas organizações”. Lucindo aponta que a retomada do crescimento no cooperativismo de transporte passa pela formação de associações de motoristas. O advogado enxerga que eles “perceberam que somente como sociedade cooperativa ganhariam força como organização e empresa, com um modelo de negócio democraticamente gerido e justo para todos”. Cargas de otimismo O contraponto de Evaldo Matos é que, mesmo com o aumento do custo de operação (devido à alta dos combustíveis, por exemplo), o mercado é muito promissor. “Existe um déficit muito grande de ferrovias e hidrovias no país. Fatalmente, o que existe de maior força de transporte de carga no país, são rodovias”. David se mostra otimista com o ritmo de crescimento das cooperativas que atuam no transporte de cargas, tanto que elas estão atraindo cada vez mais transportadores autônomos. O futuro do trabalho A pandemia evidenciou a importância do trabalho dos entregadores e levantou questionamentos sobre suas condições. Fernando Lucindo avalia que a resposta para a precarização pode estar justamente na adoção do modelo cooperativista: “Hoje vemos o quanto os entregadores são importantes e também o quanto trabalham, se arriscam e como os motoristas de aplicativo são reféns e explorados pelos grandes apps. A organização como empresa cooperativa é o caminho natural para melhorar as condições de trabalho e valorizar esses profissionais”. David acredita que o individualismo ainda é uma barreira para que o modelo cooperativista ganhe espaço na modalidade. Mas entende que a organização desses entregadores por meio do processo do cooperativismo pode contribuir para melhores condições, "proporcionando, por meio do processo cooperativo, a estruturação de um aplicativo próprio, dentre várias outras perspectivas”. Na visão de Evaldo, o cooperativismo brasileiro está preparado para assumir as novas demandas dos consumidores, com investimentos nas plataformas digitais, melhorando as condições de trabalho. “Durante a pandemia, o volume de entregas de pacotes aumentou significativamente”, argumentou o coordenador do Ramo. Lições da pandemia A pandemia mexeu com a lógica econômica de diversos setores, provocou a inovação e acelerou o processo de digitalização dos negócios. O cooperativismo de transporte também pode tirar aprendizados a partir das dificuldades enfrentadas no período. David aponta que a maior lição que fica é a necessidade de diversificar “diante das oportunidades já existentes como transporte de cargas fracionadas, e-commerce, a inserção em possibilidades de mercados como o transporte de passageiros por meio de aplicativos”. Lucindo reforça esse ponto importante: diversificar é fundamental, “seja internamente ou através da intercooperação com outras cooperativas”. Isso só será possível com a adequação às novas tecnologias. “As conjunturas da sociedade e consequentemente dos mercados estão mudando, impulsionadas por tecnologias que têm mudado nossa forma de agir, conviver e também consumir”, argumenta. “Como estarão as cooperativas daqui uns anos? Vai depender da atitude que terão hoje”. Gestão e intercooperação O investimento em melhorar os processos de gestão das cooperativas no setor pode fazer a diferença, diz David. Além disso, a união das cooperativas representa um diferencial. Por meio da intercooperação, fusões e aquisições, as coops potencializam e otimizam suas operações. A intercooperação também pode ser compreendida na prática. Evaldo exemplifica: “a Coopmetro fez uma parceria com as cooperativas de táxi da região para fazer transporte de encomendas para plataformas digitais de marketplace. Esse é um grande negócio”. “É importante que nosso discurso de intercooperação se aproxime o máximo possível da prática. A integração dos ramos, e não somente a intercooperação entre as cooperativas de transporte. O cooperativismo precisa ser autossustentável. As cooperativas de transporte precisam pensar que o nosso mercado é o embarcador do agronegócio. Que o banco nosso é o banco cooperativo”. Foi a fim de promover a intercooperação que surgiu o NegóciosCoop, uma plataforma digital forjada para eliminar as barreiras enfrentadas pelas coops nos quatro cantos do Brasil na hora de fechar negócios. Com missão de ajudar as cooperativas a superar dificuldades impostas pela pandemia, a plataforma atua como um e-commerce cooperativista, incentivando a união do setor. Das dificuldades às oportunidades Se as novas tecnologias representam desafios para a adaptação e indicam a necessidade de cooperativas com modelo de negócios mais integrado para acompanhar as inovações, também surgem oportunidades. Para isso, é imprescindível que haja investimento em aperfeiçoamento e mudança cultural nas coops por meio de educação e da busca pela inovação. “A palavra de ordem é investir na transformação digital. Estamos passando por uma importante mudança conjuntural, de adaptar ao digital. Se integrar a novas tecnologias, mais que criar oportunidades, será fundamental para continuidade e existência das cooperativas”, é o diagnóstico de Fernando Lucindo. Regulamentações Além das dificuldades impostas pelo cenário econômico e pela pandemia, as cooperativas também precisam superar a burocracia. David Duarte cita a complexidade da legislação, seja no campo tributário, seja no campo societário, e a falta de linhas de crédito adequadas como importantes desafios que as coops do ramo têm de superar. “Em relação ao transporte de cargas, temos hoje um cenário em que a regulamentação é realizada pela ANTT. Mas, referente ao transporte de passageiros, essa regulamentação envolve legislações nacionais, estaduais e municipais. Isso torna o cenário em muitos momentos, até para o desenvolvimento de novas atividades, bem complexo”. No ritmo do agro O agronegócio brasileiro se apresenta como um forte aliado para as cooperativas de transporte, ressalta Evaldo. "Com o crescimento do agronegócio, o transporte cresce junto, tanto o de carga quanto o de passageiros, porque gera negócio. Assim, você tem uma economia aquecida, e a logística é fundamental para a economia do país”. É necessário que o consumo do país seja visualizado como uma linha de produção: “o agronegócio depende do transporte, porque ele é um elo dessa cadeia. Mas o crédito também faz parte dessa cadeia. Não dá pra ver o agronegócio sem transporte, sem crédito, assim como não dá pra ver transporte sem agro. É necessário sair das cápsulas de ramos e fazer uma interação maior”. Vislumbrando horizontes digitais Já que a transformação digital é inevitável, é necessário saber como as novas tecnologias vão afetar o futuro dos negócios no cooperativismo de transporte. Aqui no CoxexãoCoop, já vimos como os dados podem ser importantes aliados para a gestão das cooperativas. Para David Ribeiro, a transformação digital traz inúmeros benefícios aos negócios, tais quais: Aumento da lucratividade e produtividade Redução de custos Menos gargalos nos processos Melhoria de comunicação Tomadas de decisões baseadas em informações precisas Fernando Lucindo aponta que “já vivemos na Era dos Dados” e o cooperativismo não pode ficar para trás nessa questão. Assim, uma cooperativa deve “reconhecer a importância dos dados que produz e saber como aproveitá-los estrategicamente, em proveito do negócio cooperativo e dos próprios cooperados. Isso é de suma importância para as cooperativas de transporte, independente do segmento”. Blockchain Lucindo acredita que a tecnologia blockchain, aliada ao desenvolvimento da inteligência artificial, é a inovação tecnológica mais disruptiva para os negócios desde o advento da internet. Sua adoção deve representar um novo e longo salto tecnológico em poucos anos, aponta o advogado: “Obviamente, essa adoção demanda adaptação e convergência com novos conceitos e valores. Para as cooperativas, as possibilidades são imensas. Desde sua organização em DAO’s utilizando Governance Tokens à exploração inteligente dos próprios dados através da Web3, digitalização de seus ativos em Security Tokens, viabilização dos negócios com Utility Tokens, transações com criptomoedas, integração com ambiente Metaverso, NFT’s. Enfim, um sem-número de possibilidades que ainda sequer vislumbramos”. Mais especificamente dentro do ramo de transportes, o “avanço da digitalização do mercado já apresenta oportunidades. É possível, por exemplo, desenvolver uma solução em blockchain para o setor logístico funcionando como uma espécie de ‘sistema de contabilidade digital’, o DLT (Distributed Ledger Technology)”. Essa tecnologia é uma rede blockchain para o transporte de cargas, que pode, por exemplo, relata Lucindo: Melhorar a confiabilidade de toda cadeia logística Aprimorar a gestão de recursos Realizar o rastreamento e armazenamento de dados seguros Efetuar transações Auxiliar no gerenciamento de riscos Ajudar no controle de cargas e estoque Cooperativismo de plataforma Lucindo acredita que o futuro das cooperativas de transporte (mas não somente as de transporte) passa pelo amadurecimento do cooperativismo de plataforma. “Veja o quanto do mercado em geral têm sido absorvido pelos negócios baseados em plataformas. Temos um caminho a percorrer, principalmente as cooperativas tradicionais. Reverbero: a transformação digital deve estar no plano estratégico das cooperativas, que devem investir na educação, inovação e cultura digital. Devem estar abertas para as rupturas de modelos que se apresentam”, reflete. A eficiência também é um atributo que o cooperativismo de plataforma tem a oferecer, elucida Evaldo, por meio de: Compartilhamento de cargas Redução do km rodado Possibilidade de maior interação com embarcadores e usuários Responsabilidade ambiental Uma das grandes preocupações do setor de transporte é com a responsabilidade ambiental. A queima de combustíveis fósseis representa uma grande fatia das emissões de carbono na atmosfera. Para Lucindo, essa é uma questão que precisa ser enfrentada, lembrando que o cooperativismo deve olhar para a frente, mas sempre mantendo seus valores. “Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU são um importante norte do qual as cooperativas não devem se afastar. A educação e conscientização dos cooperados com um desenvolvimento sustentável deveria ser um aperfeiçoamento constante. É preciso buscar alternativas aos combustíveis fósseis. A opção pela utilização de veículos de propulsão elétrica também seria uma importante iniciativa”. A principal barreira, analisa, é o alto custo. Mas, uma política de incentivos adequada para a aquisição de veículos elétricos (por exemplo, isenção de impostos) ajudaria bastante nessa questão. Se um cooperado tivesse a opção de adquirir um veículo elétrico em melhores condições que um veículo de combustível convencional, certamente optaria pelo de menor valor”. Buscando soluções O projeto MinasCoop Energia é um exemplo de união de cooperativas para encontrar saídas de energia limpa. “Estamos implantando usinas de energia fotovoltaica. Cada cooperativa construindo a sua usina em um projeto coletivo, com o sistema Ocemg”, diz Evaldo. O projeto apresenta três objetivos: Custeio da própria energia administrativa e consumo próprio Ação social com hospitais filantrópicos, que recebem a energia produzida Produção própria de energia para os carros elétricos das cooperativas de transporte “Já estamos em negociação para um projeto com fábricas de veículos elétricos para que em breve tempo a gente já tenha a substituição dos nossos carros por carros elétricos e movidos a biodiesel”, conclui Evaldo. Cooperativismo de atitude As cooperativas de transporte estão inseridas no contexto de construção coletiva de uma sociedade mais sustentável. Segundo David, as ações em prol do meio ambiente devem ser conjuntas, unindo sociedade, poder público e iniciativa privada. Ele explica que as coops já estão ativas: “Nesse sentido, já temos em nível nacional ações sendo desenvolvidas por cooperativas na conscientização do seu quadro social no que tange ao descarte correto de pneus e alguns outros insumos que têm impactos direto no meio ambiente, assim como ações de reciclagem de insumos utilizados nas próprias sedes e filiais das cooperativas, e campanhas educativas junto ao quadro social, em muitos casos em parceria com o próprio poder público”. Ainda há, contudo, muito trabalho a ser feito pela frente. “O Sistema OCB também vem disponibilizando ferramentas importantíssimas, como a implementação do PDGC (Programa de Desenvolvimento da Gestão de Cooperativas) nas Cooperativas, que visam contribuir para os avanços necessários em relação ao tema - inclusive na construção e implementação de planos de melhorias a partir das necessidades identificadas”. Veículos autônomos Diferente do otimismo com os veículos elétricos, Lucindo vê a adoção de veículos autônomos com mais ceticismo, “ainda uma realidade distante para nós, aqui no Brasil”. Isso se dá por conta da falta de infraestrutura adequada e atraso na implementação de tecnologias complementares, como o 5G. David Ribeiro enxerga que, tendo em vista as especificidades do modelo do cooperativismo (modelo societário e legislação), os veículos autônomos não teriam espaço nas cooperativas. “Dentro da legislação vigente e tudo que foi construído ao longo dos anos no segmento de transporte, o desenvolvimento da atividade é desenvolvido pelo associado por meio do seu veículo, ou por empregado celetista quando o veículo for da cooperativa, onde não cabe, nesse momento, falarmos de veículos autônomos”. Evaldo acha que os carros autônomos ainda representam uma realidade distante, no Brasil, mas não descarta que eles sejam possam ser parte de uma reinvenção do setor. “As mudanças chegam e precisamos nos reposicionar”. Conclusão O futuro dos negócios no cooperativismo de transporte é amplo e complexo. Evaldo alega que esse é um dos ramos que mais tem material para ser trabalhado - algo que está sendo feito, sublinha ele: “A OCB tem investido muito na questão dos projetos do ramo, principalmente na inovação; um apoio muito grande ao conselho consultivo, com toda a equipe técnica, os pareceres. Isso tem sido importante”, argumenta. As cooperativas de transporte se colocam como protagonistas de um setor central para o desenvolvimento da economia brasileira. E as mudanças e inovações não devem desacelerar, pelo contrário. “Não estamos vivendo em uma era de mudanças, mas sim em uma mudança de eras”, conclui Evaldo.

Como criar uma rede de relacionamentos profissionais para potencializar sua carreira
Essa semana lançamos o novo curso do ConexãoCoop, Networking - como criar uma rede de relacionamentos profissionais para potencializar sua carreira. Networking nada mais é do que a nossa rede de relacionamentos, são as conexões profissionais e parcerias que nos auxiliam na concretização de novas oportunidades e modelos de negócios. Nosso novo curso te ensina como abrir caminhos para estabelecer conexões genuínas, duradouras e recíprocas. O curso é dividido em dois módulos, no primeiro você vai aprender sobre o conceito de Networking Humanizado, que preza pela qualidade e autenticidade das relações. Já no segundo módulo o objetivo é ensinar a colocar esse conceito em prática com a ajuda de ferramentas e técnicas. Nosso objetivo é que ao final do curso você consiga constituir uma rede de apoio com legitimidade de interesses para buscar novas oportunidades no mercado, a formatação do seu negócio ou novas parcerias, em geral. A jornalista Alice Salvo é quem te conduzirá nessa jornada sobre cuidado e cultivo de bons contatos. Alice é especialista em Gestão de Negócios pela Fundação Getúlio Vargas, professora da PUC-SP e autora do livro “Empreendedorismo para leigos”. Foi Alice quem desenvolveu o conceito de Networking Humanizado, uma nova perspectiva de rede de contatos que é resultado de seus 20 anos de estudo e trabalho. Se você está interessado em: potencializar suas habilidades interpessoais para fortalecer e ampliar sua rede de relacionamentos; extrair o melhor da empatia, escuta, comunicação assertiva e flexibilidade em prol do networking genuíno colaborativo e sistêmico, clique aqui e amplie sua presença de mercado.

Gestão data driven: por que adotar uma cultura orientada a dados na sua cooperativa?
Não tem como fazer parte da economia moderna sem usar dados. A transformação digital é derivada da abundância de informações. Uma gestão data driven - ou seja, guiada por dados - utiliza-os como aliados para que as tomadas de decisões sejam pautadas por informações complexas e assertivas. O levantamento Data Never Sleeps, feito pela ferramenta de gestão de dados Domo, evidencia a espantosa proporção em que os dados são produzidos e compartilhados. Para se ter uma ideia, a cada minuto: 575 mil novas postagens são feitas no Twitter O Google realiza7 milhões de pesquisas Mais de 6 milhões de pessoas compram algo online Usuários do Instagram compartilham 65 mil novas fotos Internautas assistem a 694 mil horas de vídeos no YouTube Com tanta informação disponível, o desafio é como tirar bom proveito delas. As cooperativas são atores fundamentais para o desenvolvimento da nova economia, compartilhada e descentralizada, e também têm muito a ganhar com a modernização da gestão. Além disso, os dados da sua coop podem ter como resultado o Anuário do Cooperativismo! Confira os prazos e atualize as informações no Sou.Coop para participar. Nesse artigo, você vai entender os benefícios da gestão data driven, ver como transformar dados em ações e ficar por dentro das tendências para o futuro do uso de informações. Boa leitura! Por que usar dados na gestão? A consultoria Deloitte acredita que a tomada de decisões baseada em dados faz parte do “novo normal” e será um dos legados da pandemia. Em relatório, a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) argumenta que o aumento da produtividade no Brasil passa pela transformação digital. Contudo, a transformação digital não pode se resumir à presença online, disponibilização de um aplicativo ou em campanhas de marketing. Os recursos provenientes dessa nova realidade têm muito a contribuir para as cooperativas como um todo e otimizar as práticas de gestão. Cinco benefícios da gestão data driven A adoção de uma gestão baseada em dados deriva, também, de um processo de transformação cultural. Lideranças, cooperados e colaboradores da cooperativa precisam entender a importância da inovação e manter a mente aberta para absorver novas práticas e recursos. Boa parte do movimento de conscientização e aceitação para a gestão data driven está na compreensão dos benefícios que elas podem trazer à instituição. Diante disso, esses são cinco pontos positivos para a adoção da gestão baseada em dados: 1. Assertividade na tomada de decisões Sem os dados, as decisões são motivadas pela experiência e instinto das lideranças e gerências. Esse modelo se mostra limitado, uma vez que decisões cruciais são tomadas com base em conceitos subjetivos e sensações puramente pessoais. Já os dados fornecem argumentos capazes de embasar escolhas sensíveis. Tal fenômeno não fica só na teoria. Um estudo da Cognopia mostra que companhias que tomam decisões com base em dados têm uma probabilidade 19 vezes maior de serem lucrativas do que as administradas instintivamente. 2. Sinergia entre os setores da cooperativa A qualidade das informações que vão guiar as decisões demandam uma cooperativa integrada, em que todos os setores se conectam. Não adianta ter uma miríade de dados coletados pelas diferentes áreas da cooperativa se eles não estão disponíveis para consulta de outros setores que podem tirar proveito deles. Superando essa dificuldade, as lideranças terão como enxergar um horizonte mais amplo de como opera a organização e de que maneira diferentes setores podem trabalhar juntos. Além de analistas e gestores, a linha de frente das operações também se beneficia dos dados, otimizando tarefas do dia a dia. 3. Visão clara de desempenho e resultados A manutenção de sistemas adequados para gerenciamento de dados possibilita o acesso a informações mais refinadas e complexas. Através delas, torna-se possível avaliar com maior acurácia e nuance os desempenhos e resultados da cooperativa. Essa dinâmica e riqueza de informações facilita a obtenção de diagnósticos mais precisos de gargalos e pontos de preocupação na estrutura da instituição. Por outro lado, tais dados também apresentam onde estão boas oportunidades e sublinham o que a cooperativa está fazendo do jeito certo. 4. Otimização de custos Derivando do item anterior, quando se tem um diagnóstico completo das forças e fraquezas na operação da cooperativa, o direcionamento de recursos fica mais efetivo. O processo de tentativa e erro, que consome recursos sem otimização, perde espaço. A sinergia também afeta este fator, uma vez que uma visão ampla dos gastos da cooperativa facilita a identificação de pontos em que é possível reduzir custos operacionais. Por outro lado, o investimento em prol do crescimento também fica mais certeiro. 5. Prevenção de falhas Os dados conseguem denunciar falhas de forma antecipada nos processos da instituição, melhorando as políticas de prevenção de erros. Informações complexas facilitam a observação de gargalos e pontos falhos que, de outra forma, são muito difíceis de enxergar. Elementos e aplicações da gestão data driven A execução da gestão data driven passou a ser possível a partir da coleta massiva de dados. Não é à toa que dados são considerados o novo petróleo, devido ao seu valor e importância para a economia digitalizada. O Big Data deriva desse novo contexto de informações abundantes. E eles estão ficando cada vez mais numerosos, conforme o poder de armazenamento e processamento computacional cresce. A Oracle, big tech especializada em soluções para bancos de dados, aponta que o big data é composto por três “Vs”: Volume Velocidade Variedade Os dados são empregados em ferramentas de tratamento e análise. Um dado cru não é a mesma coisa que uma informação. Ferramentas que se abastecem do big data são, por exemplo: Inteligência artificial: capacita as máquinas a realizarem tarefas similares a como os seres humanos fariam, em diferentes níveis de complexidade. Os padrões, obtidos a partir do tratamento de um banco de dados, vão servir de base às ações e decisões. Machine learning: trata-se de habilitar um computador a aprender conceitos e padrões por conta própria, a fim de encontrar soluções e municiar decisões informadas, por meio de análises e observações do big data. Ela ajuda a automatizar processos repetitivos, sem deixar de levar em conta nuances e contextos que afetam a decisão. Um processo que une tecnologia e pessoas A migração de uma cooperativa para o modelo de gestão data driven é multifatorial, passando tanto pelas tecnologias quanto pelos humanos. A consultoria McKinsey argumenta que é grande o desafio para os responsáveis pela gerência de tecnologia da informação de uma organização em transição para se tornar data driven. Existe dificuldade em manter bancos de dados antigos ao mesmo tempo em que novas soluções são implementadas. O material elaborado pelo Panorama Positivo também dá destaque à necessidade de investimentos em infraestrutura. A obtenção de serviços adequados para coletar, armazenar, processar e analisar dados tem que ser feita de forma criteriosa, atendendo as demandas de cada cooperativa. Transformação cultural Entretanto, a tecnologia é só uma ferramenta. Quem exerce a gestão data driven de fato são as pessoas. Por isso, uma cooperativa que pretende guiar suas decisões pelos dados precisa, primeiro, desenvolver a mentalidade para tal. Transformar uma cultura enraizada pode se mostrar uma tarefa complicada e gradual. No Harvard Business Review, o gestor de análise de dados David Waller listou dez passos para criar uma cultura data driven. São eles: A cultura data driven deve começar bem no topo: os líderes devem ser os primeiros a adotar soluções baseadas em dados, guiando os colaboradores pelo exemplo. Selecione métricas com cuidado e astúcia: mensurar desempenho por métricas erradas pode causar danos. Dados precisam ser analisados e parametrizados atenciosamente. Não isole seus cientistas de dados: os profissionais que vão manejar a obtenção e o tratamento dos dados precisam estar integrados a todas as áreas da cooperativa. Solucione problemas no acesso de dados de forma rápida: as informações devem sempre estar disponíveis para uso quando necessárias, criando uma rotina de consulta. Quantifique as incertezas: mesmo na análise de dados, não existem verdades absolutas. As margens de erro precisam ser levadas em conta nas decisões. Faça provas de conceito simples e robustas, em vez de complicadas e frágeis: muitas ideias boas, mesmo as surgidas pela análise de dados, não se sustentam na prática - daí a importância de testes bem feitos. Treinamento especializado deve ser realizado na hora certa: não adianta treinar os colaboradores em ferramentas de análise de dados com muita antecedência. O que não é praticado acaba sendo esquecido. Use a análise de dados para ajudar os colaboradores, e não só os clientes: dados são muito úteis para marketing e vendas, mas também cumprem um papel importante na gestão de pessoas. Disposição para trocar flexibilidade por consistência - ao menos em curto prazo: utilizar fontes e serviços diferentes pode gerar conflito de informações e inadequação entre dispositivos. Crie o hábito de explicar escolhas feitas após análise: os dados podem ser interpretados de formas diferentes, não existe sempre uma “resposta certa”. Raciocinar quais são os motivos de uma decisão ajuda a dar consistência a ela. Transformando dados em ações Uma gestão só passa a ser data-driven quando o big data se concretiza na forma de ações. No relatório 10 Ways To Turn Data Into Actionable Insights, a Domo explica como empregar os dados nas tomadas de decisões dentro de uma organização. Algumas das dicas são: Media Mix Modeling: por meio de um modelo econométrico usado para compreender diferentes variáveis relacionadas a uma situação. Essa técnica pode ser usada para compreender como as campanhas dos concorrentes estão afetando o desempenho dos negócios na sua coop. Esse diagnóstico ajuda a tomar atitudes para reverter os danos. Planejamento de recursos: ferramentas de visualização de dados facilitam a compreensão de gargalos que podem estar prejudicando a operação da organização. Tais informações aceleram o processo de tomada de decisão. Performance de vendas: atualmente, as áreas comerciais possuem uma gama muito grande de dados que podem revolucionar as estratégias de vendas. Com essas informações, é possível traçar perfis mais completos, precisos e complexos dos clientes, de forma a elaborar estratégias de relacionamento mais efetivas. Detecção de fraudes e monitoramento: utilizando o machine learning, processos críticos, como detecção de fraudes, podem ser automatizados, resultando em um melhor desempenho. O big data permite enxergar padrões de comportamento e, consequentemente, perceber dessincronias que podem indicar fraudes. Gestão de pessoas e retenção de talentos: com os dados, os gestores podem avaliar com mais profundidade conhecimentos, competências, expertises e déficits de seus colaboradores. Assim, é possível avaliar talentos subaproveitados e ajudá-los num processo de crescimento. Montando equipes com dados: o RH data driven A gestão data driven também tem seu espaço durante o processo de montagem de equipes. Pesquisa feita pelo site de recrutamento InfoJobs aponta que 61% dos profissionais de RH já usam dados para tomar decisões. Mais ainda: 95,5% dos entrevistados acreditam que a análise de dados tem alto grau de importância para análises feitas pela área. A consequência dessa tendência é que os processos de seleção ficam mais longos e passam a ser compostos por mais processos. Além dos tradicionais testes de competência, também é um foco grana na análise de encaixe do profissional à cultura da instituição. Na prática, as decisões tomadas pelos profissionais responsáveis pelo RH ficam mais assertivas, uma vez que não dependem somente de percepções subjetivas. Os dados também reduzem a rotatividade de colaboradores, já que as contratações vão ser mais ricas na avaliação de encaixe do profissional aos princípios da cooperativa. Conclusão: o futuro da gestão data driven O avanço das novas tecnologias não dá sinais de que vá parar - pelo contrário, a tendência é de que continue acelerando cada vez mais. As organizações do futuro terão de ser, inevitavelmente, otimizadas e digitalmente transformadas. Pensando no prazo de 2025, a Deloitte, então, fez um exercício para prever como será uma instituição data driven em um futuro próximo. Segundo a consultoria, essas são as sete características que vão definir as novas gestões baseadas em dados: Dados serão parte de todas as decisões, interações e processos Dados vão ser processados e entregues em tempo real Armazenamento de dados flexíveis permitirão a integração de informações prontas para usar Modelos de operação de dados os tratarão como produtos O papel do chief data officer será expandido e vai gerar mais valor Ecossistemas baseados em dados vão ser a norma Gestão de dados ganhará prioridade e automação em prol da privacidade, segurança e resiliência Tempo de mudanças Lidar com dados não é tarefa fácil, ainda mais com um forte movimento em prol da privacidade de dados pessoais, que culminou, no Brasil, com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). O futuro aponta para uma demanda pela obtenção ética dos dados, e a regulamentação já começa a andar por esse caminho. O cooperativismo tem muito a ganhar ao integrar a inovação, ainda mais em um mundo que passa por transformações constantes em uma economia altamente dinâmica. A abundância de dados representa a constante revolução tecnológica e abastece novas tecnologias, conceitos, técnicas e culturas - como a gestão data driven. Diante de todas essas transformações, não se esqueça de acessar o SouCoop e atualizar os dados da sua cooperativa para o Anuário de 2022! Esse é um dos muitos produtos que o cooperativismo terá com uma gestão orientada a dados

Agora é que são elas: o protagonismo feminino no mundo e no Coop
O mês de março encerrou e com ele fica a importante reflexão do papel das mulheres nos negócios e no cooperativismo. A pandemia evidenciou a resiliência feminina na sociedade e o grande impacto positivo no mercado com iniciativas empreendedoras e de liderança. No entanto, ainda existem muitos desafios quando o assunto é igualdade: de acordo com o Fórum Econômico Mundial, serão necessários cerca de 135,6 anos para fechar a lacuna entre homens e mulheres. Hoje, o mundo passa por uma mudança de mentalidade ao tentar promover a igualdade de gênero. Conceitos como o F-factor reforçam o quanto a economia e a sociedade se beneficiariam de uma igualdade plena de direitos entre os gêneros. Também conhecido como Fator Feminino, o conceito está relacionado com o movimento social que defende igualdade de gênero, eliminando preconceitos em relação à capacidade das mulheres e dos homens. O F-factor foi um dos destaques do estudo “Cooperativismo de olho no futuro: tendências de mercado diante de um novo mundo”. Ficou interessado? Confira o estudo na íntegra clicando aqui! A atuação das mulheres na gestão dos negócios é uma forte tendência e uma curiosidade que muitos desejam saber é como o coop está se movimentando para promover a diversidade? Um grande passo foi a criação do Comitê Nacional de Mulheres! As integrantes assumiram não só o compromisso com igualdade de representação de gênero, como também com a inclusão social. Quer saber mais detalhes sobre o Comitê e ainda conhecer algumas ações de coops e de organizações que investem em diversidade? Clique aqui e confira! E ainda há muito espaço para conquistar quando o assunto é liderança: apenas 17% das mulheres de todas as cooperativas ocupavam cargos de presidência ou vice-presidência no ano de 2020. Impulsionar a representatividade para que as mulheres possam ocupar cada vez mais cargos de liderança e participar mais ativamente dos processos de tomada de decisão é um dos objetivos do modelo de negócios cooperativista. Acesse nossa Análise Econômica especial das mulheres e fique por dentro de como uma igualdade para elas trará crescimento para todos!

Guerra entre Rússia e Ucrânia: os impactos para o coop
No dia 24 de fevereiro, despertamos com a notícia de que a Rússia havia invadido a Ucrânia. A guerra entre os dois países vem repercutindo, tanto por questões de interesse internacional e humanitário, como por seu impacto econômico, especialmente por conta do isolamento financeiro que a Rússia vem sofrendo. Esse acontecimento tem gerado consequências que impactam todos os modelos de negócio inclusive o cooperativismo. Embora não seja possível mensurar todo impacto das sanções econômicas por países e empresas, bem como o isolamento financeiro de um país importante como a Rússia, alguns efeitos econômicos já podem ser apontados: Preços de energia e commodities – incluindo trigo e outros grãos – subiram, aumentando as pressões inflacionárias de interrupções na cadeia de suprimentos e a recuperação da pandemia de Covid-19. Em meio às pressões de preços já elevadas, as autoridades monetárias precisarão monitorar cuidadosamente o repasse do aumento dos preços internacionais para a inflação doméstica, com o objetivo de calibrar as respostas apropriadas. As sanções anunciadas contra o Banco Central da Federação Russa restringiram severamente seu acesso às reservas internacionais para apoiar sua moeda e sistema financeiro. Países mais dependentes da economia russa sofrerão proporcionalmente. O rublo russo (moeda do país) está valendo menos de um centavo de dólar e atingiu uma baixa histórica depois de perder quase metade de seu valor desde que Putin anunciou a invasão da Ucrânia. A UE projeta redução do seu PIB (5,4% em 2021 para 3,7% em 2022), aumento da inflação (2,1% em 2021 para 5,1% em 2022) e queda de crescimento econômico em função principalmente dos preços de energia, comércio internacional e confiança do investidor.1 Nos EUA a inflação é a mais alta desde 1982, atingindo 7,9% em março de 2022, pressionada principalmente pelo preço dos combustíveis.2 A escalada eventual do conflito com a dominação russa sobre a Ucrânia pode trazer um cenário de inflação ainda maior, com baixo crescimento econômico no mundo todo (estagflação). Esse cenário gerará aversão ao risco, fuga de capital e impacto negativo na taxa de câmbio brasileira, com possiblidade de contração do PIB brasileiro, antes projetado em expansão de 0,42%3 em 2022. Por essa razão, um aumento da taxa de juros no Brasil pode vir em patamar superior ao estimado, prejudicando também consumo e investimentos. Os choques de preços afetarão especialmente as famílias pobres, para as quais alimentos e combustíveis representam uma proporção maior das despesas. A política fiscal do Brasil – já comprimida e deficitária – precisará apoiar ainda mais as famílias mais vulneráveis para ajudar a compensar o aumento do custo de vida. Além disso, caso o governo adote medidas fiscais para compensar um aumento do preço de combustível, a perda de arrecadação aumentaria ainda mais o déficit fiscal brasileiro, prejudicando o cenário econômico para 2022 e 2023. A guerra complica principalmente o cenário político das próximas eleições presidenciais no Brasil à medida que a economia tenta se recuperar da crise pandêmica e lida com os preços e com a potencial escassez de produtos. Quer saber onde tudo isso começou? Então clique aqui e confira o nosso post! OS IMPACTOS NO COOP Cadeia logística: O escoamento de produção pelos portos da Ucrânia e da Rússia estão comprometidos ou bloqueados, afetando os preços dos produtos escoados por ali. As principais companhias de transporte (Maersk e MSC) suspenderam suas atividades comerciais para comercialização de produtos russos, comprometendo ainda mais o comércio com a região. Setor energético: A Rússia é uma grande fornecedora de combustível. A Europa é altamente dependente do gás russo, o que compromete parte das sanções internacionais destinadas àquele país. China, Coreia, Estados Unidos e Japão estão entre outros principais clientes do combustível russo. Neste contexto, Estados Unidos anunciaram restrição a importação de petróleo e gás originário da Rússia e Reino Unido pode ser o próximo a fazê-lo. Esse cenário terá impacto direto nos preços globais dos combustíveis, afetando diretamente o Brasil. Fertilizantes importados da Rússia: A invasão russa afetou o fornecimento de gás natural, insumo relevante para a fabricação de fertilizantes. Tal fato, aliado às dificuldades de acesso a financiamentos internacionais, ocasionadas pelas sanções internacionais, comprometerão as exportações de fertilizantes russos. Uma das consequências disso é o aumento dos preços internacionais do produto. O Brasil é altamente dependente do fertilizante russo, sendo essa a sensibilidade mais marcante da guerra para o País e impactará diretamente o cooperativismo agropecuário. Como alternativa, O Brasil conta em sua pauta importadora com outros fornecedores externos potenciais: China; Canadá, Marrocos, Polônia e EUA. A Ministra da Agricultura do Brasil, Tereza Cristina, sinalizou início de negociações para aquisição do produto canadense. Você sabia? Como estratégia para reduzir a dependência do Brasil das importações de fertilizantes, o Governo Federal lançou o Plano Nacional de Fertilizantes. A proposta traz medidas para os próximos 28 anos focadas em diminuir a atual dependência do produtor rural brasileiro em relação aos fertilizantes importados e aumentar a produção do Brasil. Entre as perspectivas do plano até 2030, vale ressaltar: Ter capacidade de produzir 1,9 milhão de toneladas de nitrogênio. Atrair ao menos R$ 10 bilhões em investimentos na construção de fábricas de fertilizantes nitrogenados Elevar a produção nacional de óxido de potássio a 2 milhões de toneladas. Ter capacidade produtiva de 4,2 milhões de toneladas em nutrientes de fosfato. Frango: O Brasil vinha exportando o produto para Rússia e pode também ter que remanejar sua exportação para outros destinos compradores do produto brasileiro, como Japão, África do Sul, Arábia Saudita, Líbia, mercado asiático e oriente médio. Além dos clientes já sedimentados, o Brasil pode tentar aumentar o acesso ao mercado europeu e substituir o frango ucraniano que seria destinado à Europa, mas cuja exportação deve ficar limitada devido à guerra. Essa modificação na cadeia exportadora poderá afetar as cooperativas do Ramo Agropecuário, visto que o frango é um dos principais produtos exportados pelo setor. Carne Suína: Em 2022, a Rússia representou 3,4% do valor das exportações brasileiras de carne suína 8º lugar em relação ao volume exportado. Além disso, 64,6% do volume das exportações de carne suína está concentrado nos seguintes destinos: China (37,1%), Hong Kong (10,0%), Filipinas (6,8%), Argentina (5,7%) e Singapura (5,1%). Neste sentido, assim como na cadeia produtiva das aves a carne suína tende a seguir o mesmo movimento. Para esse produto a realocação da exportação tende a ser mais trabalhosa. Milho e trigo: Sendo Ucrânia e Rússia fornecedores relevantes de milho e trigo, o escoamento da produção na região do conflito será comprometido, afetando preços internacionais e a cadeia de suprimentos como um todo. Embora o Brasil não figure entre os principais compradores do trigo e milho da Rússia e Ucrânia, o impacto deve ser sentido nos preços como um todo. A falta do milho dessa região deve pressionar outros produtores mundiais de milho, elevando a pressão sobre os preços e a oferta do produto Brasileiro, não estando descartada a dificuldade de abastecimento do produto no Brasil até o início da safrinha (agosto/setembro) – sujeita às intempéries climáticas -, o que pode afetar também o setor de proteína animal, consumidora do produto. Amendoins exportados do Brasil para Rússia: Sendo um dos principais produtos exportados do Brasil para a Rússia, os comerciantes de amendoim terão que buscar novos mercados, além de lidar com a parada repentina do fornecimento para Rússia e Ucrânia, devido as dificuldades logísticas e de pagamentos internacionais. Outros mercados relevantes no consumo de amendoim: China, Holanda, Indonésia, Alemanha, Reino Unido, Argélia, África do Sul, Colômbia, Australia. Deve-se estudar a possiblidade de abertura de novos mercados. Soja exportada para Rússia: O Brasil e as cooperativas são grandes exportadores de soja . Diante de um cenário de oferta restrita do produto e preços favoráveis, a soja brasileira terá facilidade para entrada nos países afetados pela escassez dessa oleaginosa. Vale mencionar, também, que a produção de soja da Ucrânia atua na entressafra da do Brasil o que pressiona ainda mais os produtores do produto a fornecer esse insumo. O principal mercado da soja brasileira é o Chinês, mas pode-se considerar outros parceiros do produto brasileiro como Espanha, Tailândia, Turquia, Holanda, ou novos parceiros como República Dominicana, Bélgica, Bangladesh, Alemanha e Peru, que são grandes consumidores de soja. Diante desse cenário, caberá às cooperativas buscar uma diversificação de seus parceiros comerciais. Quer saber quais outras consequências a guerra pode ter para o modelo de negócios cooperativista? Então acesse nossa Análise Econômica e fique por dentro!