Inteligência de Mercado
Muitos são os fatores que influenciam ou interferem nos resultados de uma cooperativa. Parte deles está relacionada com questões internas, de gestão e governança, por exemplo, mas outros têm mais a ver com o ambiente externo. Por isso, é fundamental, antes de tomar qualquer decisão, analisar como anda o cenário econômico, quais são as previsões para o nosso setor e atentar-se às variações no mercado. Buscar a maior quantidade de informações possíveis, prezando pela qualidade de cada uma delas. E é isso que você encontra aqui, no ConexãoCoop: análises e dados estratégicos que vão auxiliar na construção de um olhar crítico para compreender as subjetividades, sem perder o foco na tomada de decisões.

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A era da experiência do cliente: da Disney às novas tecnologias
Uma das novas tendências de consumo mais evidentes é que os clientes estão ficando cada vez mais exigentes. Qualidade do produto e preço competitivo são necessários, mas não suficientes. Diante disso, toda a jornada de compra precisa ser satisfatória. Estamos, portanto, na era da experiência do cliente - em inglês, customer experience (CX). A mudança nas prioridades é evidente: atualmente, os clientes apontam que a experiência supera o preço como principal critério para avaliar uma compra. Além disso, 96% dos clientes acreditam que a experiência do cliente é crucial para a fidelidade à marca. Em uma era digital de mercados acirrados, fidelizar é um grande diferencial. Dessa forma, proporcionar uma boa experiência do cliente se traduz em ganhos de competitividade. De acordo com a International Data Corporation, 36% das empresas que priorizam a experiência do cliente registraram uma taxa de crescimento 50% maior. Ou seja: a experiência do cliente faz a diferença e pode potencializar os negócios da sua cooperativa. Neste artigo, iremos mostrar por que ficar atento à experiência do cliente - e do cooperado -, apontar as particularidades da experiência do cliente na era digital, aprender lições de atendimento com a Disney e indicar dicas para seguir na sua coop. Boa leitura! Por que se preocupar com a experiência do cliente? A experiência do cliente e desempenho comercial têm tudo a ver - em especial no ambiente de negócios brasileiro. De todos os países que participaram de um estudo da consultoria PwC, o Brasil é o que atribui mais importância à experiência do cliente na decisão sobre uma compra. Esse fenômeno representa uma nova lógica nos hábitos de consumo onde o preço perde protagonismo. Metade dos consumidores ouvidos por uma pesquisa da American Express desistiram de alguma compra após uma experiência ruim no processo. Por outro lado, a PwC aponta que as marcas capazes de oferecer experiências melhores podem cobrar mais por isso. Em muitos casos, o consumidor brasileiro aceita pagar até 20% a mais caso a experiência de compra seja satisfatória. Isto é: uma boa jornada de compra agrega valor aos produtos. Satisfação e fidelização A retenção dos clientes é um dos principais desafios para os negócios. Em nosso artigo sobre as principais tendências de vendas para 2023, explicamos que a retenção dos clientes é uma das principais pautas no setor. Ao todo, um a cada quatro líderes da área apontam que uma das prioridades do ano é conseguir vender mais para os clientes já conquistados. Com isso, a experiência do cliente cumpre um papel fundamental para o sucesso do processo de fidelização. Quando a jornada de compra proporciona uma experiência positiva e personalizada, a frequência de compra aumenta e os clientes criam um laço de lealdade à marca. Um levantamento da consultoria Gartner apurou que a experiência do cliente é responsável por mais de dois terços das fidelizações. Isso coloca a experiência do cliente como um fator mais relevante do que a marca e o preço combinados! Mas, para isso, a experiência também precisa fazer com que os clientes sintam confiança sobre a aquisição e o valor do produto ou serviço. Dessa forma, a experiência do cliente estreita os laços entre cooperativa e consumidores, nutrindo uma relação longeva. A experiência do cliente na era digital O crescimento do comércio eletrônico, que explodiu na pandemia, não para de crescer. Além disso, as jornadas de compra são cada vez mais realizadas em múltiplas plataformas. Essa nova realidade demanda que os negócios tenham uma presença digital forte. Assim, a experiência do cliente nos meios digitais precisa suprir uma gama de demandas dos consumidores. Cerca de 80% das pessoas apontam a importância da velocidade do atendimento. Ou seja: a demora para atender um potencial cliente pode levá-lo a um concorrente mais ágil. Não é à toa que o uso de chatbots que proporcionam atendimento imediato está crescendo no mercado mundial. Além disso, mostram os dados da PwC, os consumidores querem que as tecnologias funcionem sempre, de forma consistente. Facilidade e qualidade do design dos sites e plataformas digitais também influenciam na jornada de compra. A fluidez da experiência é essencial. As lições da Disney: cinco chaves do atendimento ao cliente O atendimento é uma das faces primordiais da experiência do cliente. Nesse quesito, a Disney é uma grande referência. Na década de 60, o parque Walt Disney Word estabeleceu quatro componentes para definir os padrões de atendimento. Recentemente, mais um fator foi adicionado. Durante o evento Eleva Sistema OCB, realizado nos dias 14 e 15 de março, o médico, palestrante, treinador, escritor e gestor, Elias Leite, falou sobre A Estratégia da Magia, seguindo o modelo da chamada “experiência Disney”. Essa jornada é contada no livro O Jeito Disney de Encantar os Clientes. Vamos conhecer as cinco chaves do atendimento padrão Disney? 1. Segurança Um cliente exposto à possibilidade de se machucar ou sem uma clara sensação de segurança se sentirá infeliz. Dessa forma, o padrão de atendimento da segurança requer que o bem-estar e a paz de espírito dos convidados sempre sejam prioridade. Bruce Johnson, especialista em engenharia e robótica da Disney, explicou assim a situação: “Se houver uma chance em 1 milhão de algo dar errado e 10 milhões de convidados usarem uma das nossas atrações, então algo dará errado dez vezes. Não podemos projetar nada tendo em vista essa estatística de um em um milhão. Precisamos projetar visando uma chance em centenas de milhões”. Portanto, ao adotar a segurança como padrão de atendimento, a Disney está aprimorando a experiência do cliente. Não basta, com isso, somente atender normas regulatórias. É preciso ir além e transmitir a sensação de segurança. Essa lógica tem tudo a ver com a experiência do cliente no mundo digital. A segurança de dados é um fator muito importante para os consumidores. Por isso, atender às normas da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) é essencial, mas quem conseguir transmitir a sensação de segurança vai se colocar em vantagem competitiva. 2. Cortesia A ideia é que todos os convidados recebam um tratamento de excelência. Realizar este padrão implica mais do que simplesmente tratar as pessoas como gostaríamos de ser tratados; implica tratá-las como elas querem ser tratadas. Para isso, é necessário reconhecer e respeitar suas individualidades. Na prática, tornar a cortesia em um padrão de atendimento significa transformá-la em um conjunto de comportamentos aplicados pela organização como um todo. Nesse sentido, a Disney foca em recrutar, contratar e treinar colaboradores com boas habilidades interpessoais. As equipes, dessa forma, assumem responsabilidades pela felicidade dos clientes. Isso passa por ser amistoso, estar preparado para tirar dúvidas e levar os convidados até os seus destinos. Isto é: fatores relevantes para proporcionar boas experiências em todas as jornadas de compra. 3. Espetáculo Na Disney, o padrão de atendimento do espetáculo demanda que os convidados tenham acesso a entretenimento excepcional e ininterrupto, de forma que toda a estadia nos parques seja vista como uma apresentação contínua. A popularidade dos parques comprova o sucesso dessa estratégia. A busca de um espetáculo ininterrupto, proposta pelo próprio Walt Disney, é uma força impulsionadora na organização. O objetivo é que a atenção do público nunca seja involuntariamente desviada ou interrompida. Para tanto, a atenção aos detalhes é imprescindível. Os resorts são construídos ao redor de uma história e cada decisão de design dos cenários importa. A caracterização também cumpre um papel central nesse fator. 4. Eficiência O atendimento nos parques temáticos e resorts da Disney devem ter uma operação eficiente e sem percalços ou incômodos aos visitantes. Com isso, os convidados têm a chance de apreciar o que quiserem nos locais. O Walt Disney World busca atingir um alto grau de eficiência operacional em todas as suas propriedades. Por meio da análise do fluxo de convidados, por exemplo, a Disney encontra padrões para proporcionar equipamentos e níveis de alocação de pessoal adequados. Neste princípio, a análise de dados também é importante. Os volumes de vendas são avaliados para proporcionar o equilíbrio na quantidade adequada de produtos e serviços disponibilizados, o que afeta a velocidade do atendimento. Com isso, a experiência do cliente é mais veloz e satisfatória. Quanto menos ruídos e atritos tiverem na jornada de compra, a experiência do cliente será mais positiva. Processos eficientes, portanto, contribuem para a satisfação de consumo. 5. Inclusão Em 2020, a Disney adicionou uma quinta chave à lista de fatores para o sucesso no atendimento ao cliente: a inclusão. A novidade busca representar os valores e o compromisso da companhia em meio às diferentes transformações culturais e o crescimento da agenda ESG. A partir dessa nova chave, a Disney planeja repensar suas atrações para torná-las mais inclusivas. A nova abordagem também leva em consideração a representatividade das lideranças e dos colaboradores. Josh D’Amaro, presidente da Disney Parks, explicou assim: “Nossa nova abordagem oferece maior flexibilidade com respeito às formas de expressão em torno de estilos de cabelo, joias, estilos de unhas e escolhas de fantasia que incluem gênero”. A diversidade, assim, ajuda a ofertar serviços com experiências mais ricas e plurais, capazes de gerar identificação e envolvimento. Dicas para melhorar a experiência do cliente Não é fácil proporcionar uma boa experiência do cliente, ainda mais em um momento de transição tanto na tecnologia quanto nos hábitos de consumo. Mesmo assim, é importante manter um processo de melhoria contínua para sua cooperativa. Veja, então, algumas dicas para melhorar a experiência do cliente no seu negócio: Conheça seu público: para proporcionar uma boa experiência do cliente, um requisito indispensável é conhecer bem os seus clientes. Por isso, entenda os desejos, anseios e hábitos específicos do seu público. Assim, é possível aprimorar a experiência de forma adequada às demandas específicas. Pesquisas de mercado podem ser grandes aliadas. Mensure a experiência do cliente: métricas ajudam a entender o que está funcionando bem e o que pode ser aprimorado. A metodologia NPS (Net Promoter Score) permite que os clientes atribuam notas aos processos e indiquem os caminhos a seguir. A Unimed Poços de Caldas, por exemplo, usou o NPS para melhorar seu atendimento. Proporcione a omnicanalidade: a jornada de compra está ficando cada vez mais fragmentária. Estima-se que mais de 90% dos internautas usam mais de um aparelho para completar alguma tarefa online. A experiência do cliente, portanto, deve ser projetada levando em consideração que o consumidor irá migrar de canal durante o processo. Dessa forma, a cooperativa deve oferecer uma variedade de plataformas online e offline que se completa. Tenha uma boa interface: no ambiente digital, proporcionar uma boa interface do usuário é fundamental para melhorar a experiência do cliente. O layout gráfico e as interfaces para a aquisição de produtos ou serviços precisam ser efetivas e funcionais. Use dados a favor da hiperpersonalização: a abundância de dados proporcionada pelas novas tecnologias permite a oferta de produtos e serviços individualizados. Ao entender as necessidades e costumes de cada cliente, sua cooperativa poderá projetar experiências específicas capazes de atender cada pessoa e o seu contexto. Conclusão A difusão das novas tecnologias e a disponibilização de dados indicam um novo caminho para a experiência do cliente ser cada vez mais personalizada. Proporcionar uma boa jornada de compra faz a diferença nos negócios e, por isso, a sua cooperativa deve estar atenta aos possíveis atritos nesse processo. Mas nem tudo é tecnologia. Como vimos, as chaves do atendimento da Disney seguem extremamente atuais, mesmo nos novos contextos da economia digital. As ferramentas mudam, mas muitos princípios são indispensáveis. Portanto, as novas tendências devem estar lado a lado aos princípios do atendimento e do cooperativismo, de forma a elevar a experiência do cliente, fidelizar o público e impulsionar os negócios.

Tendências de vendas para ficar de olho e vender mais em 2023
Vender é um desafio que qualquer tipo de negócio precisa enfrentar - e não é de agora. Só que, por mais que muitos objetivos da jornada de vendas persistam com o passar dos séculos, as técnicas, ferramentas e plataformas mudam. O mercado de vendas vive uma constante transformação. As tecnologias, contextos econômicos, cultura social e hábitos de consumo mudam incessantemente. Com isso, as formas de vender precisam acompanhar essas transformações. As televendas e os catálogos de produtos estão sendo substituídos pelas redes sociais e os marketplaces, por exemplo. Esse cenário pode até ser um tanto difícil de prever, mas uma coisa é certa: não dá para deixar de acompanhar suas mudanças. Para tanto, o ConexãoCoop compilou nove tendências de vendas para sua cooperativa ficar de olho em 2023. Aproveite a leitura! 9 tendências de vendas que sua cooperativa deve acompanhar em 2023 As tendências de vendas para 2023 levam em conta a transformação digital, atendimento personalizado, o perfil dos consumidores, novas formas de vender e oportunidades de mercado. Confira! 1. Ambiente phygital e omnicanalidade Nos últimos anos, com o impulso da pandemia de Covid-19, os ambientes digitais se tornaram centrais nas estratégias comerciais. Assim, mesmo as pessoas mais céticas em relação às compras pela internet tiveram de adaptar seus hábitos de compras. Com a queda das restrições de circulação por causa da pandemia, a demanda pelo atendimento presencial voltou a crescer, mas sem diminuir a importância de quem foi para o digital de vez. Dessa forma, a adoção de um modelo phygital - ou seja, que mescla o físico e o digital - desponta como uma das principais tendências de vendas para 2023. Modalidades que permitem, por exemplo, o processo de compra pela internet e a retirada de um produto na loja física devem seguir ganhando espaço. Esse tipo de venda proporciona comodidade e segurança para os clientes ao mesmo tempo em que permite que a loja tenha mais flexibilidade no estoque. Em suma, o consumidor moderno é multicanal. As fronteiras entre as plataformas de vendas estão caindo. Hoje, a jornada de compra pode muito bem começar numa vitrine e terminar no aplicativo. Com isso, os negócios precisam se adaptar aos novos hábitos de consumo a fim de proporcionar uma transição suave dentre os diferentes caminhos para as vendas. 2. Autoatendimento Fruto da transformação digital, o autoatendimento - um modelo de vendas que abre mão da necessidade de um vendedor - vem ganhando espaço graças às plataformas digitais. Um estudo realizado pela Forrester indica que, a cada 10 negócios, 8 já fornecem ao menos um tipo de aplicativo ou forma de autoatendimento para seus clientes. Grandes redes do varejo online e os aplicativos que entregam as compras nas casas das pessoas são os grandes responsáveis pelo crescimento do autoatendimento. Contudo, essa ideia também está sendo adotada nos ambientes físicos. É o que acontece, por exemplo, quando compramos ingressos para o cinema em um totem de autoatendimento. Uma outra pista que indica o aumento na demanda pelo autoatendimento é o setor de mercadinhos que ficam dentro de condomínios. Sem atendentes ou caixas, os clientes pegam os produtos, auferem o preço e finalizam o pagamento por conta própria. As varejistas que exploram esse mercado seguem apostando no crescimento acelerado dessa modalidade. Os atrativos para o modelo de autoatendimento, seja na internet ou em lojas físicas, podem ser explicados em dois fatores: praticidade e agilidade. Já para quem vende, essa tendência ajuda a reduzir custos com pessoal e a suprir uma nova demanda de clientes que preferem estar 100% no controle. 3. Experiência do usuário e hiperpersonalização Os dados são ferramentas imprescindíveis para os avanços no setor de vendas. Eles ajudam, afinal, a entender o comportamento dos consumidores, além de suas preferências, necessidades e limitações. Agora, o desafio é usar esses dados para oferecer os serviços adequados a cada indivíduo e proporcionar a melhor experiência de usuário. A internet aumentou a competição de muitos setores. Em meio a esse ambiente, o diferencial competitivo pode estar justamente na hiperpersonalização de produtos e serviços. Com isso, a tendência é que os dados coletados sobre o comportamento dos consumidores sejam utilizados para otimizar a experiência e a jornada de compra. Usar as informações dos clientes para proporcionar experiências individualizadas sob medida a cada situação é o conceito por trás do Open Finance. Além disso, a jornada de compra também deve ser satisfatória. A MJV Innovation explica a importância de proporcionar uma experiência positiva por meio dos seguintes dados: 32% dos clientes deixam de fazer negócios com uma marca após uma experiência negativa. 72% dos clientes compartilham com seis ou mais pessoas suas experiências de compra positivas. 13% dos clientes insatisfeitos, por outro lado, compartilham a experiência negativa com 15 ou mais pessoas. Esses elementos não estão somente dentre as principais tendências de vendas, mas também entre as tendências de inovação. Confira mais perspectivas sobre tecnologias e práticas inovadoras para ficar de olho em 2023 no InovaCoop. 4. Marketing de influência Estamos vivendo na economia dos criadores. Os influenciadores digitais demonstram uma capacidade cada vez maior de impactar decisões de compras. De acordo com um estudo da plataforma Cupom Válido, 43% dos brasileiros já fizeram compras estimulados por influenciadores digitais - a maior proporção do mundo. Assim, essa é uma das tendências de vendas mais específicas para o Brasil. Aqui, a relevância dos influenciadores é consideravelmente maior do que a média global. A título de comparação, nos Estados Unidos, somente 17% das pessoas já foram influenciadas por um criador de conteúdo digital a comprar algo. A lógica por trás de tamanha relevância comercial dos influenciadores digitais é a segmentação. De forma geral, os influenciadores podem não alcançar o mesmo público que a mídia tradicional, mas atingem um público mais interessado em temas específicos. Com isso, a efetividade e a conversão são maiores. Um canal de maquiagem vai ser a melhor plataforma para lançar um novo batom. Uma página de apaixonados por café será mais efetiva na hora de divulgar uma linha de cafés especiais - e essa dinâmica segue válida para muitos outros produtores e setores. Isto é, influenciadores podem ser ótimos vendedores para o seu produto. 5. Adaptabilidade Vender está mais difícil. Quem diz isso é a Salesforce, uma das maiores autoridades em vendas, eu seu relatório State Of Sales. Qual a solução para contornar esse problema, então? A própria Salesforce responde: a capacidade de adaptar os negócios. Muito dessa adaptabilidade passa pelos próprios profissionais de vendas. Ao todo, 69% dos profissionais da área ouvidos pelo estudo apontam que o trabalho ficou mais complicado. Ao mesmo tempo em que a competição ficou mais acirrada, as cadeias de suprimento ainda não estão normalizadas. Soma-se a isso a inflação, os juros para pegar empréstimo, e o cenário fica bastante incerto. Em meio a todas essas dificuldades, os profissionais de vendas seguem pressionados para atingir metas e manter a arrecadação fluindo. Portanto, a solução é adaptar métodos e técnicas para essa nova realidade que se impõe com foco na eficiência e na produtividade - e rápido. 6. Prioridade na retenção de clientes Uma pesquisa da Hubspot sobre as expectativas e perspectivas no universo das vendas em 2023 registrou que um a cada quatro líderes da área apontam que uma das prioridades do ano é conseguir vender mais para os clientes já conquistados. Isso se dá porque o custo de fechar novas vendas é menor. Logo, o desafio é encontrar maneiras de fomentar a lealdade à marca. Além disso, um consumidor contente e satisfeito com os serviços e produtos de uma marca pode ajudar a promovê-la, ao compartilhar suas experiências positivas. Com isso, além de conquistar novos clientes, será importante priorizar a retenção de quem já tem o hábito de comprar a sua marca. No ambiente digital, as pessoas estão cercadas por muitas opções do mundo todo. Consequentemente, manter os clientes satisfeitos e felizes nunca foi tão importante. 7. Eficiência e foco no crescimento sustentável A importância da área de vendas para o planejamento estratégico das organizações está crescendo, registra a Salesforce. Em 2022, 65% dos líderes disseram que a operação de vendas é um ponto-chave para a estratégia corporativa. Já em 2020, essa taxa era de apenas 54%. Com isso, as áreas de vendas agora são protagonistas indiscutíveis na jornada em prol da eficiência, da redução de custos e do crescimento sustentável nos negócios. A cada dez profissionais de vendas, 8 acreditam que o setor tem um papel crítico no progresso das organizações. A tecnologia se mostra como uma aliada inseparável no trajeto para alcançar tais objetivos. A análise de dados e sistemas de apoio aos profissionais de vendas aumentam a eficiência nas vendas. Assim, 94% das organizações planejam consolidar as ferramentas tecnológicas ligadas às vendas no decorrer deste ano. 8. Live commerce: vendendo ao vivo As plataformas que permitem o streaming ao vivo - como Twitch, YouTube e Instagram - comprovam que há uma grande demanda por conteúdo produzido em tempo real. O alto engajamento que esse tipo de conteúdo gera deu origem a uma nova modalidade de vendas: o live commerce. Na prática, o live commerce funciona como um programa ao vivo com interações e engajamento com o objetivo de efetivar vendas. Influenciadores relevantes para o produto que está sendo vendido funciona como um atrativo para angariar público. O live commerce já é uma modalidade de vendas bastante forte no mercado chinês. Assim, unindo entretenimento, promoções exclusivas e facilidade para as compras, esse formato está começando a chegar com mais força no ocidente. De forma que vale a pena ficar de olho nele como uma das tendências de vendas para 2023. 9. Oportunidades para exportar O mercado internacional é amplo e proporciona uma série de oportunidades de exportação. Com a economia globalizada, as fronteiras caem e o mercado externo fica mais competitivo. O Brasil ainda tem potencial e margem para crescer em participação no mercado externo. O país respondeu por 1,3% na movimentação global de exportações e importações. Os números, todavia, estão melhorando - e muito disso tem a ver com o cooperativismo. Desde 2016, o crescimento anual no número de cooperativas que exportam é, em média, 6,6%. O cooperativismo agropecuário já ocupa um espaço importante na balança comercial brasileira. Em 2023, novas oportunidades devem surgir no mercado externo - por isso é importante ficar atento. O ConexãoCoop registra feiras e missões internacionais que podem servir como porta de entrada para as cooperativas no mundo da exportação. Além disso, você pode conferir como se comunicar e negociar suas vendas com compradores internacionais, assim como aprender a preparar seus produtos para exportação. Conclusão As tendências de vendas e as tendências de consumo, fortemente ligadas entre si, refletem um momento de transição rápida nas dinâmicas comerciais. Os avanços tecnológicos e as mudanças no estilo de vida das pessoas seguem a todo vapor, de forma que a estrutura de vendas seguirá nessa metamorfose. Diante desse contexto, os times de venda são cruciais para o sucesso de todos os negócios. Com isso, ficar de olho nas tendências de vendas é decisivo para manter sua cooperativa competitiva. Se quiser saber mais sobre técnicas para vender mais, confira também o curso Vender, comprar, ganhar, no CapacitaCoop! Nele, você vai aprender a aperfeiçoar sua habilidade de negociação; novas técnicas de negociação; quais ferramentas usar na hora de negociar.

5 tendências de negócios para acompanhar em 2023
Conforme as mudanças no mundo dos negócios vão ficando cada vez mais rápidas, a agilidade para entender e aplicar as novidades faz toda a diferença. Assim, a aceleração da transformação digital e a mudança de comportamento dos consumidores - e da sociedade como um todo - indicam tendências de negócios para os caminhos de gestão a seguir. Devido a essa alta velocidade nas mudanças que se impõem, não dá pra ficar só esperando o que vai acontecer. Ou seja: é importante ficar de olho no comportamento do mercado para poder antecipar tendências e avaliar o potencial que elas apresentam para as cooperativas. No fim das contas, nem toda tendência se consolida como realidade. Algumas alcançam o potencial e se tornam essenciais para aprimorar a gestão, por meio de novas tecnologias ou práticas que suprem demandas da sociedade. Por outro lado, outras tantas ficam pelo caminho. Só é possível saber qual é qual com tempo, análise crítica e acompanhamento de mercado. Por isso, selecionamos cinco tendências de negócios para ficar de olho em 2023, acompanhando como elas evoluem e se concretizam. Aproveite a leitura! Confira 5 tendências de negócios para ficar de olho em 2023 As tendências para 2023 são ecléticas, passando desde a adoção de inovações tecnológicas até a mudança de comportamento tanto dos consumidores quanto dos trabalhadores. Além disso, em um mundo onde a digitalização progride incessantemente, esses elementos se mesclam, de forma que o humano e o tecnológico não podem ser separados. Portanto, veja a lista que preparamos com cinco tendências de negócios para sua cooperativa ficar de olho em 2023: 1. Consolidação da transformação digital A transformação digital já é um processo que vem acontecendo com o passar dos anos. A tecnologia comprova, mais do que nunca, que pode ser uma aliada excepcional para a gestão dos negócios. Neste artigo, por exemplo, explicamos como os dados podem ajudar com que os gestores tomem melhores decisões. Só que, o que até então era considerado um diferencial, deve, em 2023, se tornar essencial para a competitividade dos negócios. Mesclando as novas tecnologias, que ficam mais completas e aperfeiçoadas, às pessoas, que nutrem hábitos cada vez mais inseridos no ambiente digital, a transformação é inescapável. A presença digital se consolida como fator imprescindível nos negócios. Afinal, a internet se tornou parte central para o cotidiano das pessoas. Um levantamento da NordVPN projeta que os internautas passam 54% do tempo online. Com isso, os negócios precisam estar onde os consumidores estão. Essa lógica vale mesmo para quem não pratica o e-commerce, pois a presença digital também funciona como forma de divulgação, intermediação para negociações e exibição de portfólio, dentre outras funcionalidades. Adesão às ferramentas de Inteligência Artificial (IA) A Inteligência Artificial (IA) terminou o ano como uma das protagonistas em relação às ferramentas tecnológicas digitais. Boa parte dessa atenção se deve a ferramentas como o Dall-e, uma IA que cria imagens a partir de comandos dos usuários, e o ChatGTP, que mantém conversas por texto. Como o InovaCoop explicou, a inteligência artificial define situações em que sistemas computadorizados são capazes de mimetizar a inteligência humana na execução de tarefas. A IA, assim, é usada nos chatbots, potencializa robôs autônomos, tem empregabilidades em serviços financeiros, aplicações na área da saúde e da logística, dentre outros. Além dessas aplicações que apresentam ao público geral o potencial da IA, os negócios também estão desenvolvendo recursos em torno do conceito da inteligência artificial. A IA, por exemplo, ocupa dois itens na lista da Gartner que enumera 10 tendências de tecnologia estratégica para 2023: Confiança, risco e gestão da segurança: a IA demanda uma nova forma de exercer esses valores, que são fundamentais para os negócios na era digital. Com isso, as organizações vão conseguir tirar o máximo proveito da tecnologia como uso de dados ao mesmo tempo em que respeitam a segurança e a privacidade das informações. Inteligência Artificial adaptativa: o valor operacional da inteligência artificial está na capacidade de adaptar, desenvolver e manter o potencial para que ela seja usada em diversas áreas da organização. Isso quer dizer que a engenharia para a IA privilegiará modelos dotados de maior flexibilidade. Crescimento do 5G Em 2022, a internet de quinta geração, o 5G, finalmente começou a ser implementada no Brasil. Elementos como a alta velocidade, baixa latência e estabilidade de conexão são fatores que contribuem para a aceleração da transformação digital. Apesar de alguns atrasos, o ano de 2022 terminou com o 5G disponível em todas as capitais brasileiras, além de outras grandes cidades. Para 2023, a meta é ampliar a quantidade de antenas nas capitais e no Distrito Federal. Assim, a ideia é ter, no mínimo, uma antena para cada 50 mil habitantes. Isso vai difundir a tecnologia e incentivar a adoção da nova conexão. 2. Consciência ambiental A sigla ESG - que descreve as iniciativas ambientais, sociais e de governança - nunca esteve tão em alta no mundo dos negócios. As preocupações com a sustentabilidade e o meio ambiente ganham ainda mais protagonismo perante o necessário combate às mudanças climáticas. Durante a 27ª Conferência do Clima das Nações Unidas – COP27 – líderes governamentais e dos negócios debateram os próximos passos no combate ao aquecimento global. Os dados revelados pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) apontam que os últimos oito anos podem ter sido os mais quentes já registrados. Diante dessa realidade, a consciência ambiental está no centro dos planejamentos estratégicos para 2023. A valorização dos negócios sustentáveis deriva tanto das mudanças de hábito dos consumidores, que valorizam produtos verdes, quanto das próprias dinâmicas de mercado. As iniciativas ambientais já estão sendo levadas em conta nas análises de crédito, por exemplo. Além disso, um relatório da ONU indica que a maior parte dos países está atrasada em relação a seus compromissos de reduzir emissões de carbono. Enfrentar esse problema é papel da sociedade como um todo - governo, sociedade civil, empresas mercantis e cooperativas - o que representa uma das principais tendências de negócios para 2023. ESG no coração do planejamento estratégico O aumento na demanda pelas iniciativas ESG vai impulsionar, ainda, a criação de áreas internas dedicadas ao tema. Nessa seara, o futurista Bernard Marr acredita que, em 2023, o ESG deve ocupar um espaço central nas estratégias corporativas. Marr argumenta que o começo desse processo é mensurar os impactos que cada negócio causa no ambiente e na sociedade. Em seguida, esses efeitos devem ser tratados com transparência e responsabilidade. No mais, a preocupação com a sustentabilidade deve percorrer toda a cadeia produtiva, começando com os fornecedores. Na estratégia das cooperativas No cooperativismo, o ESG também está ficando mais presente. Segundo um estudo da consultoria PwC, as cooperativas de crédito têm sido cada vez mais demandadas pelos seus cooperados para que se posicionem em relação aos pilares do ESG. Em entrevista para o ConexãoCoop, Ênio Meinen, diretor de Coordenação Sistêmica e Relações Institucionais do Sicoob, aponta que a demanda dos cooperados por iniciativas sustentáveis vai aumentar a importância do ESG no planejamento estratégico das coops. “Tomando por referência a indústria financeira, organizações concorrentes, ao passarem a dar ênfase aos direcionadores ESG, tenderão a reduzir a sua distância em relação às cooperativas. Se as coops não expandirem as suas ações, bancos e outros operadores desse mercado poderão superá-las em expressividade e efetividade em tais fundamentos”, explica. 3. Atenção à proteção de dados O valor dos dados cresce sem parar. Não é à toa que eles são considerados o novo petróleo,. Na era do Big Data, eles estão intrinsecamente conectados às metodologias de gestão. Contudo, a partir das ferramentas para a coleta de dados e a abundância na disponibilidade de informações obtidas no ambiente digital, uma preocupação levanta um questionamento: os dados estão seguros? Para os negócios, os dados proporcionam informações de mercado que ajudam a traçar perfis refinados do público alvo, entender a jornada de compra e fazer pesquisas mercadológicas. Entretanto, uma série de vazamentos de dados ocorridos nos últimos anos - como o caso do Facebook, por exemplo - minaram a confiança dos usuários. Com isso, a proteção de dados pessoais, puxada pela desconfiança dos internautas e o escrutínio do poder público, será um ponto de atenção para os negócios em 2023. Lei Geral de Proteção de Dados A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) entrou em vigor em 2020, mas 2023 será um ano importantíssimo na sua aplicação. Isso acontece devido à publicação da agenda regulatória da ANPD, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados, em novembro de 2022. A ANPD é a agência responsável pela fiscalização da legislação. Isso quer dizer, na prática, que as sanções previstas para quem descumprir a LGPD devem começar a valer em 2023. Diante desse cenário, a adequação às normas previstas pela lei precisa ser prioridade para a gestão de dados. Isto é: o respeito à proteção de dados e à LGPD significa tanto evitar punições e multas pelo descumprimento das regras legais quanto a conquista da confiança dos clientes e cooperados. Somando esses fatores, esse ponto se destaca dentre as tendências de negócios para 2023. 4. As novas realidades do trabalho Tamanhas mudanças comportamentais e tecnológicas impactam, como não poderia ser diferente, nas dinâmicas de trabalho. Fenômenos de 2022 já denunciaram que tem coisa mudando na forma com que as pessoas enxergam e lidam com a vida profissional. Um deles foi o movimento de pedidos de demissão, denominado como great resignation (grande renúncia). Esse fenômeno é fruto de uma onda de insatisfação com a cultura profissional vigente. Os quatro principais motivos são, segundo Alexandre Pellaes, consultor de gestão da HSM: Cultura tóxica das empregadoras; Insegurança dentro da organização; Excesso de pressão; Falta de reconhecimento profissional; Outro reflexo das mudanças de expectativas dos colaboradores que ganhou as manchetes foi o quiet quitting (demissão silenciosa). Neste caso, em vez de pedir as contas, os colaboradores limitam sua atuação dentro do local de trabalho, evitando longas jornadas e reduzindo o esforço dedicado ao emprego. Ou seja: esses fenômenos explicitam a busca por um equilíbrio maior entre trabalho e vida pessoal. Assim, esse quesito terá de ser levado em consideração na cultura organizacional para otimizar a atração e retenção de talentos. O bem-estar profissional será o foco do RH em 2023. A consolidação do trabalho remoto e híbrido Com o isolamento social derivado da pandemia de covid-19, o trabalho remoto passou por um crescimento sem precedentes em 2020. Com isso, muitos se perguntaram: essa tendência vai perdurar após a flexibilização? Segundo uma pesquisa da plataforma de empregos Catho, a resposta é positiva. Os profissionais que têm a possibilidade de trabalhar remotamente optam por esse modelo. É o caso, por exemplo, dos profissionais de tecnologia. O levantamento da Relevo aponta que 83,4% dos trabalhadores da área preferem trabalhar remotamente. Além disso, boa parte deles (40,4%) considera mudar de trabalho caso a organização em que trabalham exija o retorno ao modelo 100% presencial. 5. O futuro da internet A internet passa por um momento de transição e incertezas. Por isso, é difícil prever exatamente o que vai dar certo ou não no ambiente digital. O que não impede, todavia, que apostas altas sejam feitas. É o caso do metaverso, um universo digital onde pessoas, por meio de seus avatares, interagem entre si e com outros objetos. O grande fiador do metaverso é a Meta (antigo Facebook), que investiu pesado no conceito e atraiu outros grandes nomes da economia. Acontece que, por enquanto, a aposta não tem dado o resultado esperado. Como o conceito ainda não emplacou, 2023 deve ajudar a entender se o metaverso é apenas uma moda passageira ou se ele é capaz de amadurecer e galgar espaço na vida digital. A Gartner é uma das que acredita na ideia: a consultoria estima que, até 2027, 40% das grandes organizações terão projetos ligados ao metaverso. Isto é: vale ficar de olho. Aplicações do blockchain Especialistas e estudiosos acreditam que a internet está passando por uma transição da Web2, dominada pelas big techs, para a Web3, descentralizada e focada no usuário. Esse movimento deve muito ao desenvolvimento da tecnologia de blockchain, que serve de base para as criptomoedas e os NFTs. João Zechin, sócio-fundador da Fuse Capital, acredita que as stablecoins (moedas digitais com lastro em ativos reais) devem ganhar força. Um dos principais exemplos de stablecoin no Brasil, a propósito, vem da cooperativa Minasul: o CoffeCoin, lastreado em café. Também é o blockchain que permite o desenvolvimento das DAOs, organizações autônomas descentralizadas geridas por meio de contratos inteligentes. Em 2023, essas organizações devem ser mais difundidas devido ao seu modelo descentralizado e transparente. Elas têm muito a ver com as cooperativas, inclusive. Omnicanalidade e imersão na jornada de compra Os consumidores estão utilizando uma ampla gama de plataformas e canais em suas compras, conforme descobriu um estudo da consultoria PwC. Ao todo, 81% dos entrevistados responderam que compraram em três ou quatro canais durante os seis meses anteriores. Isso demonstra a necessidade de ofertar um caminho amplo para os consumidores, de forma a atender os novos hábitos. Afinal, a oferta de produtos conectados não para de crescer. Anteriormente, utilizar um computador era o único caminho para realizar uma compra online. Agora, vários outros aparelhos cumprem esse papel: celular, televisão, relógios, tablets, dentre outros. É comum que uma mesma jornada de compra seja feita por meio de mais de um desses canais, e 2023 vai cobrar essa presença. Conclusão Acompanhar as principais tendências no mundo dos negócios é essencial para fortalecer a assertividade na hora de tomar decisões e elaborar o planejamento estratégico. Quando a cooperativa está por dentro das movimentações de mercado, ela fica mais preparada para encarar as mudanças, absorver os novos recursos e suprir as demandas da sociedade. O ambiente de negócios passa por um momento de dinamismo inédito, o que só aumenta a importância da integração de inovações que agregam valor. Somando o acompanhamento das tendências, o senso crítico e a capacidade de enxergar as oportunidades, as cooperativas fortalecem a sua presença no mercado e, consequentemente, o modelo de negócios do coop. Por isso, o ConexãoCoop está sempre de olho nas novidades que surgem no horizonte. Confira, portanto, outros conteúdos que produzimos sobre tendências relevantes para o cooperativismo: Tendências de consumo: sua cooperativa está atenta às mudanças de comportamento dos clientes? Três perspectivas sobre o futuro dos negócios nas cooperativas de transporte Perspectivas para o futuro dos negócios no cooperativismo de crédito De olho no futuro: as principais tendências para o coop

Perspectivas para o futuro dos negócios no cooperativismo de crédito
Os dados do AnuárioCoop 2022 mostram um crescimento do alcance do cooperativismo de crédito no Brasil. Entre 2019 e 2021, o número de cooperados ligados ao Ramo cresceu em mais de 3 milhões de pessoas - de quase 10,8 milhões para quase 14 milhões de associados. As oportunidades e a geração de emprego proporcionadas pelo cooperativismo de crédito também são evidentes. Os dados mais recentes, de 2021, indicam que o Ramo emprega quase 90 mil pessoas. A grandeza econômica também é notável. Afinal, são: R$ 518,8 bilhões em ativos totais; R$ 38,9 bilhões em capital social; R$ 60,4 bilhões em ingressos e receitas brutas; R$ 10,1 bilhões em sobras do exercício. Tudo isso enquanto promove a inclusão financeira, o acesso a serviços financeiros e o desenvolvimento regional sustentável. Ou seja: o cooperativismo de crédito cumpre um papel central para o desenvolvimento de uma economia solidária, sustentável e com responsabilidade social. Antecipando o futuro dos negócios no cooperativismo de crédito Contudo, o setor financeiro está passando por um momento de transformações - tanto em relação à tecnologia quanto aos hábitos de consumo. Para se manter competitivo, o Ramo precisa olhar e se preparar para os desafios que se impõem. Para entender melhor o futuro dos negócios no cooperativismo de crédito em meio a esse contexto, o ConexãoCoop conversou com Ênio Meinen, diretor de Coordenação Sistêmica e Relações Institucionais do Sicoob e autor do livro “Cooperativismo financeiro na década de 2020: sem filtros!”. Meinen falou sobre a adoção da agenda ESG no Ramo, a adaptação das cooperativas ao digital banking e as principais oportunidades e desafios para o futuro do cooperativismo de crédito. Aproveite a leitura! A transformação digital das finanças Nos últimos anos, o ecossistema de serviços financeiros precisou se adaptar ao mundo digital. Os consumidores passam cada vez mais tempo conectados e também querem digitalizar a vida financeira. Não é por acaso que as fintechs passam por um momento de crescimento exponencial, o que atrai consumidores e diminui, ainda que aos poucos, a concentração bancária. Pesquisas de mercado apontam que os canais digitais, como aplicativos e internet banking, lideram a satisfação dos clientes. Isso indica que a força dos bancos tradicionais está caindo, enquanto experiências híbridas ou totalmente digitais ocupam esse espaço. Cooperativismo de crédito na era digital Diante desse contexto que ganha força, Ênio Meinen acredita que o cooperativismo é parte integrante do movimento e já está impulsionando essa tendência: “As cooperativas financeiras, além de já serem a referência no relacionamento físico, estão incorporando rapidamente a tecnologia que permite uma boa experiência digital. A alta disponibilidade de canais remotos, combinada com a melhoria dos processos, tem atraído um universo relevante de novos cooperados pelos acessos não presenciais”. Ele aponta que o meio digital já representa uma fatia importante dos novos ingressos no quadro social das cooperativas de crédito, mas pondera: “Estamos falando de uma escolha do dono do negócio: quem prefere o contato presencial (high touch), tem essa (ampla) possibilidade; assim como quem elege a comodidade do autoatendimento (high tech)”. “Dito de outra forma, as cooperativas posicionam-se como instituições na era digital, mas não como empresas digitais. Atuam como iniciativas à distância, e não como entidades de distância”, resume o especialista. Woop Sicredi Segundo o relatório do Índice Global de Inovação de 2022, produzido pela Organização Mundial de Propriedade Intelectual (WIPO, na sigla em inglês), os bancos digitais se destacam no ambiente de inovação da América Latina. O Brasil sedia o banco digital com maior número de clientes. Isso quer dizer que há um caminho de inclusão digital financeira que se apresenta para as cooperativas - e já tem coop explorando esse mercado. É o caso do Woop, uma plataforma bancária desenvolvida pelo Sicredi. Durante o Cooptech, evento de inovação no cooperativismo, Eduardo Corso, head de digital banking da cooperativa, explicou que, graças ao Woop, o Sicredi conseguiu alcançar um novo público. E por falar em Cooptech, a Coonecta realizará, em maio de 2023, uma edição totalmente focada no Ramo Crédito. Open Finance Uma face importante da modernização dos serviços financeiros está no uso de dados em prol de serviços mais eficientes e personalizados. Dados indicam que cerca de 90% dos clientes acreditam que a personalização é atraente, e isso depende da disponibilidade de informações para que seja efetivo. O Open Finance surgiu para suprir essa necessidade de dados, por meio do compartilhamento entre as instituições financeiras autorizadas pelo Banco Central, destaca a Análise Econômica 76, do Sistema OCB, dedicada ao sistema financeiro. O projeto é a ampliação do Open Banking e começou a ser implementado em janeiro de 2021. A adesão das cooperativas ao Open Finance proporciona aspectos favoráveis, quanto ao desenvolvimento de uma curva de aprendizado e melhor preparação para a maturação do ambiente tecnológico. O ESG no futuro dos negócios do cooperativismo de crédito A agenda ESG, sigla para Environmental (Ambiental), Social (Social) e Governance (Governança) ocupa um espaço importante nas instituições financeiras. Assim, no cooperativismo de crédito não é diferente. Dados da Grant Thornton, por exemplo, apuraram que 100% das organizações do setor de finanças consultadas consideram os aspectos ESG dentre os temas prioritários. Segundo um estudo da consultoria PwC, as cooperativas de crédito têm sido cada vez mais demandadas pelos seus cooperados e demais partes interessadas para que se posicionem de forma concreta, rápida e transparente em relação aos pilares do ESG. Meinen aponta que o ESG está no DNA do movimento cooperativista: “O cooperativismo financeiro, como movimento territorialmente engajado e fundado nas pessoas e não no capital, abraça os pilares ESG desde a sua concepção. Portanto, está filosoficamente convicto de que deverá aprofundar as suas contribuições para a promoção de um ambiente econômico mais inclusivo, equitativo e regenerativo”. Otimismo pelos negócios sustentáveis Entretanto, ainda de acordo com o estudo da PwC, mais da metade das cooperativas de crédito não possuem metas específicas para suas iniciativas ligadas à agenda ESG. Para Ênio Meinen, a demanda dos cooperados por iniciativas sustentáveis vai aumentar a importância do ESG no planejamento estratégico das coops. “Tomando por referência a indústria financeira, organizações concorrentes, ao passarem a dar ênfase aos direcionadores ESG, tenderão a reduzir a sua distância em relação às cooperativas. Se as coops não expandirem as suas ações, bancos e outros operadores desse mercado poderão superá-las em expressividade e efetividade em tais fundamentos”, explica. O especialista vê o futuro dos negócios do cooperativismo de crédito relacionado ao ESG com otimismo. “Pelo que venho acompanhando, e faço isso bem de perto, todos os sistemas cooperativos financeiros já têm o seu plano de sustentabilidade, envolvendo governança e aspirações nas áreas social e ambiental”. “Vejo que há eixos bem definidos, compromissos claros e ações descritas com objetividade indicando quais as evidências materiais a serem colhidas para cada objetivo e em quanto tempo”, complementa. Como tirar proveito do ESG Ele acrescenta, também, que “as cooperativas financeiras dispõem de terreno abundante para aprimorar, expandir e consolidar o seu modelo de negócios nessa direção”. A partir dessa dinâmica, as maiores oportunidades para o Ramo estão situadas nos pilares ambiental e de governança. “Na perspectiva ambiental, o movimento deverá promover ajustes em seu portfólio de negócios, de modo a dar uma contribuição mais efetiva no financiamento de projetos que respeitem a escassez de recursos naturais e reduzam as emissões de poluentes, bem como aqueles que incentivem atividades vinculadas a pequenos negócios no campo e na cidade, sobretudo os liderados por mulheres”. No âmbito de governança, por outro lado, “há espaço, notadamente, para reduzir a distorção entre a representatividade das mulheres, dos jovens e do público diverso no quadro social versus a sua participação nas esferas superiores de gestão”. Todavia, “a equidade de gênero e o culto, real, ao pluralismo estão bem distantes do que recomendam as boas práticas e orienta a cartilha doutrinária do movimento”, analisa Meinen. Conclusão: desafios e oportunidades Por fim, Ênio Meinen refletiu sobre os maiores desafios e oportunidades que o cooperativismo de crédito terá de encarar nos próximos anos. Para ele, ambos os aspectos andam juntos: “Eu diria que, entre as grandes necessidades e os principais objetivos, está a busca de uma maior escala associativa e de negócios, ao lado da otimização de custos e investimentos. Aspectos que, combinados, melhoram a eficiência operacional e, portanto, ampliam a competitividade do segmento”. Para concluir, Meinen lista algumas tarefas para as cooperativas de crédito para o futuro de seus negócios: “Nesse sentido, é preciso incentivar o acesso do público jovem; qualificar o portfólio operacional (em diversidade e em processos); aprimorar a força de trabalho, incluindo a camada estratégica da governança; intensificar a intercooperação e assegurar orçamento generoso para a tecnologia da informação”, finaliza.

Segurança alimentar: por quê é importante e qual o papel do coop
A pandemia de Covid-19 causou impactos profundos em relação à fragilidade social e desaceleração da atividade econômica, de forma a afetar diretamente a vida de muitas pessoas. Assim, uma das principais faces dos efeitos provocados pelas consequências da pandemia foi o aumento da insegurança alimentar ao redor do mundo. Com a expectativa de retomada econômica em 2022 após dois anos de recessão, a esperança era de recuperação dos níveis de segurança alimentar. Entretanto, em muitos países, essas previsões não se concretizaram. A pressão inflacionária e até mesmo a guerra na Ucrânia impediram avanços significativos nessa questão. Diante disso, traduzir o aumento do Produto Interno Bruto em ganhos referentes à segurança alimentar representa um enorme desafio a ser enfrentado por grande parte do planeta. Nações mais pobres, com baixos rendimentos e acesso precário a serviços essenciais, continuam tendo as populações mais afetadas. Com isso, a fome e a desnutrição crescem. Neste artigo, vamos entender o panorama global da segurança alimentar, mostrar o cenário brasileiro e explicar como o cooperativismo agropecuário atua para enfrentar a fome. Aproveite a leitura! O que é segurança alimentar A insegurança alimentar ocorre quando, devido a contextos geográficos, econômicos e sociais não há o acesso adequado à alimentação capaz de atender às necessidades nutritivas. A definição é da Food and Agriculture Organization (FAO), braço da Organização das Nações Unidades focada no combate à fome. Dessa maneira, a insegurança alimentar pode decorrer tanto da indisponibilidade dos alimentos quanto da falta de recursos para a obtenção de comida. Ou seja, tanto a cadeia produtiva e logística quanto a pobreza estão intrinsecamente ligadas à insegurança alimentar. Além disso, a insegurança alimentar pode existir em diferentes níveis. A FAO possui uma escala que classifica o grau de severidade da insegurança alimentar. As camadas são as seguintes: Incerteza em relação à capacidade de obter comida (entre estado de segurança alimentar e moderada condição de insegurança) Abrindo mão de qualidade e variedade na comida (insegurança alimentar moderada) Reduzindo a quantidade de comida e pulando refeições (insegurança alimentar moderada) Sem acesso a refeições por um dia ou mais (insegurança alimentar severa) O panorama da insegurança alimentar De acordo com o relatório da FAO sobre o estado segurança alimentar e da nutrição no mundo, a estimativa é de que entre 702 e 828 milhões de pessoas foram afetadas pela fome em 2021. O número cresceu cerca de 150 milhões desde o início da pandemia: mais 103 milhões de pessoas entre 2019 e 2020 e mais 46 milhões em 2021. O documento também enfatizou que o novo aumento da fome em 2021 reflete a desigualdade em relação à retomada econômica entre os países. O continente que liderou a fome, por exemplo, foi a Ásia, que concentra mais da metade das pessoas que vivenciaram essa situação. América do Norte e Europa somadas, por outro lado, registraram 5 milhões de pessoas em situação de fome. No mais, a subnutrição está em tendência de alta. Estima-se que cerca de 670 milhões de pessoas estarão em subnutrição em 2030, o que representa 8% da população mundial. Ao todo, por volta de 2,3 bilhões de pessoas vivem em situação de insegurança alimentar moderada ou severa - quantia equivalente a 30% da população mundial. Insegurança alimentar também é questão de gênero A desigualdade de gênero na insegurança alimentar – que havia crescido em 2020 sob o efeito da pandemia – alargou-se ainda mais em 2021. Isso aconteceu, em grande parte, pelas crescentes diferenças na América Latina e Caribe, bem como na Ásia. Para se ter uma ideia, em 2021, a diferença atingiu 4,3 pontos percentuais, com 31,9% das mulheres no mundo sendo moderada ou severamente afetadas pela fome e desnutrição. Em contrapartida, comparativamente, 27,6% dos homens estiveram na mesma situação. Efeitos da pandemia de Covid-19 O crescimento da segurança alimentar durante os anos de maior impacto da pandemia de Covid-19 não é fruto do acaso. O baque econômico causado pela disseminação da doença prejudicou em países mais pobres que estão com dificuldades maiores para alcançar a recuperação e retomar o crescimento. Ademais, a pandemia prejudicou as cadeias de suprimento, aumentando os custos de produção e logística dos alimentos. Soma-se a isso o crescimento do desemprego, redução da renda e ausência de uma rede de suporte social para grande parte da população mundial como causas que relacionam a Covid-19 à insegurança alimentar. Impactos da guerra na Ucrânia O contexto geopolítico também está interferindo no estado da segurança alimentar. O conflito entre Rússia e Ucrânia, duas das mais importantes produtoras de commodities, prejudica a oferta de alimentos em âmbito global. Antes da crise, os dois países juntos forneceram 30% e 20% da exportação de trigo e milho, respectivamente, por exemplo. E não é só isso: eles também representaram cerca de 80% das exportações globais de produtos de sementes de girassol. Assim, somando todos esses fatores, as interrupções nas exportações agrícolas causadas pela guerra na Ucrânia expuseram os mercados globais de alimentos e fertilizantes a escassez e alta de preços. Esses déficits de exportação elevaram os já altos preços mundiais de commodities alimentares. Consequentemente, a guerra na Ucrânia está sobrecarregando uma crise multifatorial, que envolve alimentos, energia e finanças, com impactos devastadores sobre as pessoas e países mais vulneráveis. O papel da mudança climática A Organização Meteorológica Mundial (OMM) revelou que os últimos oito anos podem ter sido os mais quentes já registrados. O fenômenos da mudança climática pode ser mais um elemento que impacta negativamente a segurança alimentar e nutricional. Consequências do aquecimento global como e temperaturas muito altas, ocorrência de desertificação, estresse hídrico e outros processos decorrentes afetam o acesso à alimentação. Ou seja, o acesso regular e permanente aos alimentos, tanto no que diz respeito à quantidade quanto à qualidade, tanto em áreas urbanas quanto no campo. O verão de 2022 no Hemisfério Norte deixa evidente como as dificuldades com as questões climáticas podem afetar os agricultores e todo o ecossistema. A Europa, por exemplo, enfrentou uma das piores secas dos últimos cinco séculos, responsável por prejudicar as safras por todo o continente. China e Estados Unidos foram outras potenciais que sentiram os efeitos deletérios das alterações climáticas em suas produções devido às secas e altas temperaturas. Não é por acaso que a cadeia produtiva de alimentos foi assunto da COP27. A insegurança alimentar no Brasil Dados da FAO indicam que, no Brasil, Entre 2014 e 2016, por exemplo, a insegurança alimentar atingiu 37,5 milhões de pessoas, dentre os quais quase 4 milhões estavam na condição mais grave. Esses números evidenciam uma piora alarmante no país. Em que mais de 60 milhões de pessoas sofreram com a insegurança alimentar entre 2019 e 2021. Dentre esses, mais de 15 milhões de brasileiros vivenciaram a insegurança alimentar no estágio severo. O papel do agro no combate à insegurança alimentar O setor agropecuário brasileiro se destaca dos demais por sua resiliência em períodos de crise econômica e financeira - fenômeno ainda mais evidenciado durante a pandemia. Dessa forma, o segmento lidera e protagoniza ações em prol da inovação e da sustentabilidade, dando suporte à segurança alimentar no Brasil e no mundo. Um bom exemplo da capacidade de produção do agro brasileiro é a produtividade das safras de grãos. Atualmente, o Brasil é responsável por 40% da produção da soja de todo o mundo, proporcionando mais de 140 milhões de toneladas da commodity. O país também se destaca na produção de suco de laranja, pois é responsável por 69% de toda a produção global. Em 2020 e 2021, o PIB do agronegócio alcançou recordes sucessivos. Entretanto, em 2022, o PIB do setor recuou nos dois primeiros trimestres, devido às reduções de margem na cadeia agropecuária frente aos aumentos de custos e redução dos preços das commodities agrícolas. Ainda assim, o agronegócio segue compondo mais de um quarto do PIB brasileiro. Cooperativismo como protagonista O cooperativismo agropecuário brasileiro é peça-chave para proporcionar segurança alimentar. através da reunião e organização de produtores rurais para fortalecer o poder de escala e a atuação no mercado, as cooperativas agropecuárias atuando em todos os elos da cadeia do agronegócio, de insumos até comercialização, passando pela industrialização, armazenagem e produção. Além de fortalecer o caráter socioeconômico no campo, apoiando os produtores rurais e o meio em que estão inseridos, as cooperativas do Ramo promovem o bem-estar alimentar da sociedade como um todo. A análise econômica sobre os desafios para a segurança alimentar elenca cinco frentes de atuação do coop nesse sentido: Originação: fomento à tecnologia, assistência técnica e extensão rural (cerca de 9 mil técnicos); Agroindustrialização: agregação de valor e maior controle de qualidade dos produtos; Insumos: acesso a semenstes, mudas, fertilizantes, defensivos, rações e demais insumos; Armazenagem: extensa capacidade de armazenagem (acima de 25% em todo o Brasil); Comercialização: acesso a mercado e redução de assimetrias. Atualmente, ao todo, o cooperativismo agropecuário conta com mais de 1 milhão de produtores rurais cooperados no país distribuídos em 1.170 cooperativas. O coop na cesta básica A importância das cooperativas agropecuárias é evidenciada pela participação que elas têm na originação dos produtos que compõem a cesta básica. A oferta de arroz, feijão, carne, legumes, ovos, leite e café, para citar somente alguns produtos, conta com uma enorme participação do cooperativismo. As cooperativas são responsáveis por aproximadamente de 53% da safra brasileira de grãos, com presença relevante em importantes cadeias produtivas. Além disso, elas promovem a capilaridade em redes produtivas de fruticultura, horticultura e demais cadeias de origem vegetal e animal. Confira a participação das cooperativas agropecuárias na segurança alimentar a partir da proporção delas na produção de elementos centrais da cesta básica: Trigo: 75% Café: 55% Milho: 53% Soja: 52% Suínos: 50% Leite: 46% Feijão: 43% Desafios e tendências para o cooperativismo agropecuário Diante de tamanha importância que o cooperativismo brasileiro agropecuário tem para a segurança alimentar não só brasileira, mas também global, uma série de desafios se impõem. Listamos, portanto,alguns pontos de atenção para o desenvolvimento do Ramo. Veja: Produtividade: com o aumento constante da demanda por alimentos a produtividade é o grande desafio do campo. Para isso, o agro está adotando novas técnicas e tecnologias de forma a otimizar a produção de alimentos. Competitividade: o cooperativismo agropecuário brasileiro também deve se manter forte enquanto modelo de negócios, para que possa competir tanto no mercado interno quanto nas exportações, retornando em prosperidade econômica, social e ambiental para os cooperados. Infraestrutura e conectividade: o campo está passando por uma transformação digital importante, e o cooperativismo precisa estar na vanguarda desse processo. O potencial da inteligência artificial, da internet 5G e da robótica autônoma, por exemplo, é grande e pode contribuir com a produtividade e a competitividade. A boa notícia é que as cooperativas estão inovando e aderindo às novas soluções tecnológicas. Crescimento sustentável: o cooperativismo precisa seguir crescendo enquanto negócio e se adaptando às realidades econômicas e mercadológicas, mas sem deixar de lado seus princípios e propósitos democráticos e sustentáveis. Agenda ESG: por mais que o ESG esteja presente no DNA do cooperativismo, ele está se tornando cada vez mais relevante nos negócios. O campo enfrenta uma série de desafios em relação à agenda ESG, sobretudo em relação ao seu impacto ambiental, porém sem abrir mão do caráter social e econômico, que engloba a segurança alimentar. Diante dessa miríade de desafios, o cooperativismo agropecuário desponta como um ator cada vez mais forte e importante no cenário de segurança alimentar. Conclusão Em um contexto global onde o enfrentamento à insegurança alimentar é prioridade, o cooperativismo agropecuário brasileiro cumpre um papel fundamental. O aumento da fome e da desnutrição é um problema multifatorial potencializado pela pandemia. Sendo assim, a produção de alimentos representa um ponto central nas estratégias de enfrentamento à insegurança alimentar. A partir desse cenário, um grande espaço se abre para que as cooperativas agropecuárias brasileiras possam ocupar cada vez mais o mercado de forma qualificada. Tudo isso enquanto atuam focada nas exigências e padrões globais a exemplo da rastreabilidade, eficiência e sustentabilidade da produção.

ESG: o que é e por que é importante para os negócios
A onda ESG está se tornando cada vez mais preponderante no mundo dos negócios. Isso acontece porque diferentes públicos de interesse - cooperados, clientes, investidores e colaboradores, por exemplo - estão demandando sustentabilidade, impacto social, e conduta ética. Diante dessa tendência, o ESG tornou-se palavra-chave importante nos debates sobre negócios. No cooperativismo, isso não é diferente, tendo em vista que muitas das ideias do ESG estão na essência das cooperativas. Mas o que significa a sigla ESG, afinal? O termo, criado na publicação Who Cares Wins, reúne três pilares que agregam responsabilidades e propósitos aos negócios. Assim, esse tripé é formado por: Environmental (ambiental): são as práticas corporativas que concernem à conservação do meio ambiente. Portanto, esse pilar engloba temas como poluição da água e do ar, consumo de energia, eficiência na produção, mudanças climáticas, desmatamento e emissão de carbono. Social (social): é como a instituição atua no relacionamento com as pessoas e a comunidade ao seu redor. Estão inclusos, assim, assuntos como promoção de diversidade na equipe, programas de desenvolvimento socioeconômicos, respeito às normas trabalhistas, proteção de dados e privacidade. Governance (governança): princípios aplicados na administração. Envolve o relacionamento com governos, políticos e poder público, efetividade de ouvidoria, disponibilização de um canal de denúncias, composição do conselho, estruturação do organograma e transparência. Neste artigo, vamos entender como o ESG afeta os negócios, como as cooperativas podem atuar para potencializá-lo e a importância de estabelecer métricas. Aproveite a leitura! Como o ESG afeta os negócios Os investimentos em ativos globais ESG nos negócios estão em alta. Tanto que eles devem ultrapassar US$ 53 trilhões até 2025, representando mais de um terço dos US$ 140,5 trilhões em ativos totais sob gestão projetados. Segundo análise da Bloomberg Intelligence, o cenário criado pela pandemia e a recuperação verde nos EUA, União Europeia e China vai evidenciar a força do ESG. A partir desse cenário, o ESG poderá ajudar a avaliar novos riscos financeiros e controlar mercados de capitais. Ademais, iniciativas condizentes com os pilares do ESG têm o potencial de causar impactos marcantes nos negócios: Geração de valor Propostas ESG são capazes de gerar resultados financeiros positivos por meio da criação de valor, argumenta a consultoria McKinsey. Para tanto, há cinco elos que representam as formas com que o ESG é capaz de agregar valor e, consequentemente, impulsionar os negócios: Crescimento de receita: dados indicam que iniciativas de ESG têm a capacidade de conquistar as preferências de clientes. Por exemplo, mais de um terço dos consumidores globais aceitam pagar mais caro por produtos sustentáveis. Redução de custos: a eficácia das iniciativas ESG apoia a redução de custos operacionais relacionados a elementos como água, carbono e matérias-primas como um todo. Dessa maneira, o lucro operacional pode ser positivamente afetado por essas atitudes. Redução de intervenções regulatória e legais: políticas ESG consistentes auxiliam a diminuir o risco de a cooperativa ser alvo de ações governamentais. Pelo contrário, é possível angariar suporte do poder público, o que alivia pressões regulatórias e abre oportunidades para a busca de subsídios e linhas de crédito condicionadas à sustentabilidade e ao impacto social. Aumento da produtividade: a coerência da proposta ESG ajuda a atrair e reter talentos qualificados, aprimora a motivação dos colaboradores inspirados pelos propósitos organizacionais e, ainda por cima, melhora a produtividade geral. Otimização de ativos e investimentos: políticas corporativas conscientes podem melhorar os retornos sobre investimentos. Isso é possível por meio da alocação de recursos em oportunidades promissoras e sustentáveis. Perspectivas de ampliação O mercado de investimentos em ESG não para de crescer e as previsões indicam que essa tendência ainda vai não só perdurar, mas acelerar. Conforme números do Banco Central, a emissão de “dívidas verdes” - ou seja, títulos relacionados à sustentabilidade - disparou entre 2020 e 2021. A emissão de dívida sustentável ainda é liderada pela Europa. No entanto, cada vez mais emissores asiáticos, norte-americanos e latino-americanos estão emergindo. Dessa forma, percebe-se que o mercado está ativamente privilegiando iniciativas que prezam pelos princípios do ESG. Em virtude desse crescimento, cooperativas que integram esses pilares têm acesso a uma gama mais ampla de oportunidades para expandir os negócios. O ESG também é uma ferramenta importante para as coops que querem ampliar a atuação para outros países. Diversos países e blocos econômicos estão apertando as regulações, exigindo certificações que asseguram práticas condizentes com o ESG. Obrigatória na União Europeia, por exemplo, a Marcação CE leva em conta a proteção ambiental. Demandas dos públicos de interesse O consumo consciente e a agenda ESG estão entre as principais tendências no mundo dos negócios. Tradicionalmente, a lógica de consumo se baseia no atendimento das necessidades imediatas dos usuários, mas essa dinâmica está mudando. Agora, por outro lado, o público está ficando atento ao desperdício de recursos naturais, impactos nas emissões de poluentes e condições de trabalho dos empregados. Liderado pelos millennials e pela geração Z, esse movimento interfere também na forma com que governos, órgãos reguladores e atores gerais do ambiente econômico lidam com essas questões. Segundo a Deloitte, com efeito, 90% dos membros dessas gerações afirmam que estão fazendo esforços para reduzir o impacto ambiental. Objetivos de Desenvolvimento Sustentável Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável compõem uma agenda global que tem como pilares: pessoas, planeta, prosperidade, paz e parcerias. Por isso, eles refletem de forma mais concreta os impactos e metas para nortear a atuação das cooperativas em suas iniciativas visando o ESG. Os ODSs são os seguintes: Erradicação da pobreza Fome zero Boa saúde e bem-estar Educação de qualidade Igualdade de gênero Água limpa e saneamento Energia acessível e limpa Emprego digno e crescimento econômico Indústria, inovação e infraestrutura Redução das desigualdades Cidades e comunidades sustentáveis Consumo e produção responsáveis Combate às alterações climáticas Vida debaixo d'água Vida sobre a terra Paz, justiça e instituições fortes Parcerias em prol das metas Esses objetivos ajudam a cooperativa a entender quais fatores podem ser impactados pela sua operação e, por consequência, como ela pode melhorar e contribuir para o desenvolvimento sustentável. No mais, segundo um guia proposto pelo Pacto Global das Nações Unidas, os ODSs ajudam as organizações a: Identificar oportunidades futuras de negócios; Valorizar a sustentabilidade corporativa; Fortalecer as relações com as partes interessadas; Investir em um ambiente social e propício aos negócios; Utilizar uma linguagem comum com uma finalidade compartilhada. Ações para potencializar o ESG A rápida ascensão da sustentabilidade na agenda global está conduzindo o mundo em direção a um novo conjunto de prioridades. Tanto que, nos próximos cinco anos, a expectativa é de que os investimentos em ESG dobrem. Diante desse cenário que se desenha para o futuro, nossa Análise econômica n° 57 lista cinco ações para potencializar o ESG nas cooperativas. Portanto, elas são: Envolvimento com as demandas das partes interessadas: os consumidores estão cada vez mais interessados por ações transparentes e, assim, cobram evidências de mudança. Responder interesse dos investidores e cooperados: os negócios que desejam ser atraentes para investidores devem ter o ESG como prioridade. Dominar a narrativa ESG: líderes devem pensar sobre as oportunidades disponíveis para diferenciar seus negócios perante a concorrência. Para isso, precisa definir seus valores, integrá-los à estratégia e divulgá-los com clareza e efetividade. Compreender os dados: os negócios precisam entender os dados dos riscos climáticos para que possam tomar as melhores decisões. É um pilar decorrente de praticar uma gestão data driven. Ter uma abordagem ampla: os negócios precisam inserir com sucesso os fatores do ESG nas decisões em todas as partes da organização. Isso passa tanto pelo desenvolvimento da estratégia quanto por sua execução. A importância das métricas Um dos principais desafios em relação à maturidade do ESG diz respeito à adoção de métricas e indicadores capazes de traduzir a efetividade das políticas de sustentabilidade. Um levantamento produzido pela Grant Thornton argumenta que, apesar do evidente aumento nas demandas por divulgação dos dados ESG, a aplicação de métricas e parametrizações não está estabelecida como deveria. Números da pesquisa realizada com empresas mercantis de capital aberto exemplificam a dinâmica: 33% delas ainda não adotam métricas quantificáveis a fim de analisar o desempenho do ESG em relação aos aspectos mais relevantes da organização. Pior ainda, 16% sequer possuem qualquer forma de mensuração. Por outro lado, somente 21% afirmam que monitoram indicadores regularmente. Já 11% dos respondentes avaliam o ESG apenas de forma qualitativa, sem previsão para adoção de metas específicas. Métricas setoriais Heiko Hosomi Spitzeck, diretor do núcleo de Sustentabilidade da Fundação Dom Cabral, avalia que “sem métricas a empresa não consegue medir o status quo dos seus impactos sociais e ambientais, nem definir metas de avanço”. Por isso, métricas são essenciais e devem ter como base a área de atuação da organização, argumenta. A lógica sugerida por Spitzeck sugere que, por exemplo, uma cooperativa agropecuária deva olhar os impactos ambientais de sua produção. De outra forma, uma coop de crédito pode focar em inclusão social e educação financeira. Divulgando informações O levantamento conclui, também, que as instituições precisam aprimorar a divulgação das práticas ESG. Apenas 43% das companhias divulgam informações sobre os fatores ESG de forma clara e recorrente e, ainda por cima, somente 23% delas utilizam um relatório de sustentabilidade específico. Em relação aos públicos de interesse que mais influenciam as decisões sobre divulgação de aspectos ESG, os clientes aparecem à frente dos investidores. Com isso, é possível enxergar uma maior relevância da opinião do público consumidor. As cooperativas, todavia, apresentam um público de interesse que não é representado pelo estudo: os cooperados. Contudo, um relatório da PwC sobre o ESG nas cooperativas de crédito indica que mais de 70% das coops avaliadas notaram que houve aumento no interesse dos cooperados pela contratação de produtos e serviços relacionados ao ESG. “As cooperativas de crédito têm sido cada vez mais demandadas pelos seus cooperados e demais partes interessadas a se posicionar de forma concreta, rápida e transparente quanto a sua atuação em relação aos pilares ESG”, explica Elisa Simão, uma das autoras do estudo. Cooperativismo e ESG O cooperativismo traz diversos princípios que se correlacionam com o ESG antes mesmo de o conceito ser desenvolvido. Afinal, o foco do movimento cooperativista são as pessoas e não o capital. Seu objetivo, portanto, é promover melhores condições de vida e renda aos seus cooperados. Tais características, por sua vez, impactam na valorização do meio ambiente e promoção do desenvolvimento local das comunidades nas quais as cooperativas estão inseridas. Assim, é possível delinear premissas do ESG que são intrínsecas ao modelo do cooperativismo. Iniciativas do ESG no coop Fabíola Nader Motta, gerente geral da OCB, explica que o objetivo do cooperativismo é promover melhores condições de vida para as pessoas. Isso passa pela valorização do meio ambiente e desenvolvimento das comunidades locais. O Sistema OCB também marcou presença na COP 26. Fabíola fez parte do painel com o tema “Cooperativismo como ferramenta para a economia de baixo carbono”. Lá, ela apresentou ao mundo parte do que as cooperativas brasileiras fazem para aliar produtividade e preservação ambiental. Além disso, InovaCoop produziu um artigo que se aprofunda e traz exemplos da relação entre cooperativismo e a agenda ESG, confira aqui. Conclusão O aumento da relevância do ESG reflete uma sociedade mais socialmente engajada, preocupada com o futuro da natureza e exigente em relação à ética corporativa. Todos esses fatores carregam impactos nos negócios e, por conseguinte, devem ser alvo de atenção das cooperativas. Para apoiar ainda mais o protagonismo do cooperativismo brasileiro no ESG, o Sistema OCB está lançando o programa ESGCoop. Ele terá como foco a competitividade e a sustentabilidade dos negócios cooperativistas. O ESGCoop nasce, também, com responsabilidades referentes à promoção da educação, o fomento ao desenvolvimento local, o combate e à adaptação à emergência climática e a promoção da diversidade. O programa funcionará, portanto, como uma plataforma que compreende esses desafios e busca suas soluções. Saiba mais sobre o ESGCoop no guia prático produzido pelo InovaCoop!