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    Logística reversa no cooperativismo: sustentabilidade e bons negócios

    O ciclo produtivo enfrenta um desafio enorme: reduzir desperdícios de materiais e o impacto ambiental proporcionado pelo descarte de resíduos. Um caminho importante para lidar com esse problema é devolver esses resíduos para o ciclo produtivo, de forma a diminuir a produção de lixo e a necessidade de matérias-primas. Essa é a logística reversa. Em tempos de protagonismo da agenda ESG, a logística reversa desponta como uma das principais soluções para lidar com desperdícios e fomentar uma economia mais verde e mais limpa. Nesse cenário, o cooperativismo cumpre um papel central para o desenvolvimento da logística reversa e da economia circular. Neste artigo, vamos entender como o cooperativismo é fundamental para os avanços da logística reversa no Brasil, conhecer cooperativas que, de diferentes formas, fazem a sua parte para construir uma economia sustentável ao mesmo tempo em que fazem bons negócios e inovam dentro de suas operações. Boa leitura! O que é logística reversa e por que ela é importante para os negócios Na prática, a logística reversa consiste em um conjunto de ações e procedimentos que têm o objetivo de coletar resíduos sólidos e restituí-los ao ciclo produtivo. Dessa forma, materiais descartados são reciclados e reaproveitados, de maneira a diminuir o desperdício de materiais. O que não está apto a retornar para a economia, por sua vez, pode ser descartado adequadamente, trazendo segurança ambiental e promovendo a sustentabilidade em todas as etapas do processo. Segundo o Anuário da Reciclagem, 1.774.869 toneladas de resíduos foram recuperados pelas quase 3 mil organizações de catadores mapeadas no Brasil em 2023. Essas organizações, que reúnem 86 mil pessoas, faturaram mais de R$ 1,5 bilhão no ano. Ou seja, a logística reversa é uma fonte de renda importante para muitas pessoas ao redor de todo o país. O levantamento aponta que a renda média dos catadores foi de R$ 1.372 no período analisado. Adesão às novas tendências de consumo Como discutimos em nosso artigo sobre as maiores tendências globais de consumo para 2024, as pessoas estão mais conscientes sobre o que compram e, com isso, tomam decisões de consumo levando em conta a sustentabilidade. Só que também tem muita gente que agora está se dando conta de que suas atitudes individuais não bastam. Nesse cenário, o público ambientalmente consciente está cobrando os negócios com mais afinco para que eles sejam mais sustentáveis e, assim, contribuam para um mundo melhor. Esse movimento ocorre em meio a um crescente sentimento de desconfiança e ceticismo sobre se as organizações estão fazendo a diferença ou se o ESG fica só no discurso. A logística reversa é um modo que as cooperativas têm para levar a agenda sustentável a sério e mostrar impacto positivo para a sociedade. Iniciativas reais tornam a marca ainda mais valiosa perante o público consumidor. Redução no desperdício de recursos A logística reversa se alia à economia circular na jornada pela redução de desperdícios de materiais, o que pode até mesmo gerar economia para as cooperativas no decorrer do processo produtivo. Reintegrar resíduos no ciclo produtivo proporciona a redução de gastos com matérias-primas, insumos e logística, por exemplo. Essa também pode ser uma oportunidade para inovar e transformar o desperdício em bons negócios. A logística reversa e o cooperativismo O cooperativismo é protagonista no desenvolvimento e na execução da logística reversa no Brasil. As cooperativas de reciclagem, por exemplo, executam um papel essencial em prol da coleta e do reaproveitamento de resíduos que retornam ao ciclo produtivo. Instituída em 2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) determina diretrizes de incentivo à reciclagem e fomenta o uso de insumos oriundos da logística reversa. Essas medidas contemplam as cooperativas de reciclagem, tornando-as aptas, inclusive, ao recebimento de incentivos de políticas públicas. Além disso, a importância da atuação dos catadores foi reconhecida por meio da reformulação do Programa Pró-Catador pelo Governo Federal. A iniciativa tem o objetivo de mudar o atual modelo de logística reversa no país, promovendo a expansão da coleta seletiva e do reaproveitamento de materiais recicláveis. Cooperativas de reciclagem e a logística reversa Conheça algumas cooperativas de reciclagem que mostram, na prática, a importância e as oportunidades da logística reversa! Centcoop: congregando 21 cooperativas do Distrito Federal, a Centcoop faz a comercialização conjunta de materiais recicláveis e disponibiliza uma estrutura adequada para os catadores. A central também ajuda suas cooperativas afiliadas na obtenção de melhores contratos. Contamos a história da Centcoop com detalhes aqui no NegóciosCoop. Recicle a Vida: atuando em várias regiões administrativas do Distrito Federal, a cooperativa adotou equipamentos tecnológicos para melhorar processos de seleção, beneficiamento e armazenamento dos materiais recicláveis. Iniciativas de logística reversa também geram renda para os cooperados e benefícios para uma comunidade mais sustentável. Conheça mais sobre a cooperativa aqui. Coopermiti: com a tecnologia cada vez mais integrada em nossas vidas, o lixo eletrônico se tornou um grande problema. A paulista Coopmermiti é pioneira na produção, recuperação, reutilização, reciclagem e comercialização de resíduos eletrônicos. Design circular no cooperativismo A logística reversa provê matéria-prima para cooperativas que reaproveitam os materiais descartados para criar coisas novas. O design circular, em suma, é uma forma de projetar e desenvolver produtos já pensando no uso de resíduos como insumo e também no que será feito com o novo produto quando ele for descartado. Ou seja: o design circular trabalha dentro de uma cadeia que abriga todo o ciclo produtivo que pensa os impactos ambientais causados pelos materiais utilizados durante a fabricação e o descarte. Há cooperativas de artesanato que praticam o design circular a fim de gerar renda de maneira sustentável, tais quais: Cooperárvore: cooperativa social do programa Árvore da Vida, a mineira Cooperárvore gera renda a partir de produtos criados com resíduos provenientes da indústria automotiva para confeccionar bolsas, mochilas, necessaires, artigos de casa e brindes personalizados. Dedo de Gente: produz e vende produtos de artesanato inspirados na riqueza cultural do sertão mineiro, além de promover exposições e oficinas. A Dedo de Gente reaproveita materiais descartados para manufaturar produtos artesanais e peças de arte. Logística reversa no cooperativismo agropecuário Como vimos acima, a logística reversa é uma grande ferramenta para otimizar processos, reduzir desperdícios, otimizar custos e adequar a operação de um negócio às novas demandas ESG. As cooperativas agropecuárias já estão percebendo as vantagens de apostar na logística reversa, como podemos ver nos seguintes casos contados pelo Cooperação Ambiental, portal mantido pelo Sistema OCB que cobre iniciativas sustentáveis no coop: Coopfam: especializada em café, a cooperativa mineira recolhe resíduos orgânicos gerados na indústria da torrefação para que os cooperados possam usá-los como insumos agrícolas no processo de adubação. A Coopfam também mantém um ecoponto e conta com iniciativas de logística reversa de resíduos eletrônicos, mecânicos e domésticos. Saiba mais sobre essa essa história. Coplana: referência em amendoim e cana-de-açúcar, a cooperativa paulista inovou com a Central de Recebimento de Embalagens de Defensivos da Coplana, primeira iniciativa de logística reversa de embalagens de defensivos do Brasil, em 1994 - antes de qualquer exigência legal. Tanto é que a iniciativa serviu de referência para a implantação do sistema de logística reversa em outros países e para a legislação brasileira. Conclusão: cooperando para a logística reversa e a sustentabilidade A logística reversa é um bom negócio para o cooperativismo. Desde as cooperativas de reciclagem que são as grandes protagonistas desse processo, passando pelas coops de artesanato que praticam o design circular e chegando até cooperativas de outros ramos, como o agropecuário, que entenderam as vantagens de iniciativas sustentáveis. Para apoiar ainda mais esse protagonismo das cooperativas na jornada ESG, o Sistema OCB desenvolveu o programa ESGCoop, que foca na competitividade e na sustentabilidade dos negócios cooperativistas. O InovaCoop tem um guia prático sobre o projeto. Além disso, veja mais iniciativas de sustentabilidade no cooperativismo com os cases e as reportagens do Cooperação Ambiental que mostram as diversas abordagens do cooperativismo na agenda ESG!